Para estimular o mercado secundário de títulos privados no Brasil, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu permitir a livre movimentação de títulos privados em operações compromissadas. Dessa forma, o investidor que comprar um título privado com compromisso de revenda numa determinada data poderá, por exemplo, negociá-lo antes em outra operação. A livre movimentação só podia ser feita até agora em operações compromissadas com títulos do Tesouro Nacional e do Banco Central. O diretor do BC informou ainda que a livre movimentação do título privado só será permitida depois de acordo entre as partes. Será obrigatório também que as operações sejam registradas e liquidadas financeiramente na mesma câmara de liquidação. Darcy disse que adoção da medida foi possível depois da implantação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), que deu mais segurança a este tipo de operação. Objetivos Segundo ele, a medida tem por objetivo fortalecer o mercado de capitais. "O objetivo é aumentar a liquidez (facilidade de negociação). O governo tem a preocupação de incentivar o mercado de títulos privados", disse Darcy, que espera um aumento da oferta desses papéis no mercado. Ele lembrou que, com o processo de redução das taxas de juros, o mercado de títulos privados tende a ficar mais competitivo. "Este mercado tem se ampliado no últimos meses", ressaltou ele, acrescentando que aumentou o número de pedidos de registros de emissão de debêntures (títulos privados) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O mercado secundário de títulos fortalecido, destacou o diretor do BC, contribui para uma melhor atribuição de preços a estes papéis. Segundo ele, investidores, como fundações de previdência complementar, não se "sentem seguros" de comprar títulos sem um mercado secundário desenvolvido.
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