Coberturas mais caras de SP chegam a custar R$ 140 mi; veja como elas são

Imóveis que ficam no topo dos prédios de luxo oferecem amplo espaço, vista para parques, como o Ibirapuera, e piscinas privativas; levantamento mostra preço médio desse tipo de apartamento em São Paulo

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Foto do author Lucas Agrela

As coberturas mais caras de São Paulo são verdadeiras “mansões suspensas” que ficam no topo de edifícios localizados em bairros nobres. Com preços que chegam a R$ 140 milhões, essas propriedades oferecem não apenas status aos moradores, mas também vistas únicas da cidade, privacidade e qualidade de vida, aliando o melhor de uma casa e de um condomínio vertical. De acordo com levantamento exclusivo feito pela imobiliária de luxo Mbras para o Estadão, os preços das coberturas mais caras da capital paulista ficam entre R$ 50 milhões e R$ 140 milhões.

À venda, as propriedades pertencem a apresentadores de TV e empresários bem-sucedidos. A cobertura mais cara de todas é o triplex que fica no topo do Edifício Saint Paul e pertence ao apresentador Fausto Silva, o Faustão. O imóvel foi comprado pelo valor estimado de R$ 35 milhões em 2018.

Situada no Jardim Europa, a cobertura tem 1.500 m², com piscina privativa e 20 vagas de garagem. O condomínio tem piscina com design italiano e lazer completo, com quadras de tênis com saibro. No preço anunciado, o valor por metro quadrado é de R$ 90 mil, uma valorização de quatro vezes em seis anos. Essa propriedade é a única da lista que não está à venda no momento.

A cobertura do edifício St Paul é a mais valorizada da cidade e pertence ao apresentador de TV Faustão Foto: Divulgação/MBRAS

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O aumento de preços desse tipo de imóvel, segundo especialistas, ocorre devido à exclusividade das coberturas. Embora um prédio tenha, por exemplo, 30 andares, apenas um será de cobertura.

A segunda cobertura mais cara do ranking custa a metade da primeira. Trata-se de um duplex no Edifício Imperatore e sai por R$ 70 milhões. O imóvel tem tamanho de 1.200 m² e oferece vistas panorâmicas do Parque do Povo, além do Jockey Club e da Cidade Jardim. O condomínio tem ainda um complexo de lazer completo, com quadras poliesportivas e quadras de tênis profissionais.

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Pelos mesmos R$ 70 milhões, a cobertura do Complexo Shopping Cidade Jardim também está à venda. A propriedade tem 1.800 m², contendo sete suítes de luxo, com banheiros para homens e mulheres. O imóvel é propriedade do empresário Marcelo de Carvalho e da apresentadora de TV Luciana Gimenez, que se separaram em 2018.

A cobertura fica em um condomínio com opções de lazer completo, tem acesso privativo ao shopping, uma sala de cinema privativa com 16 assentos, um estúdio musical e um terraço com área aberta e churrasqueira. A vista é para o horizonte da cidade, incluindo o Jockey Club e o Cidade Jardim.

Nos Jardins, o Edifício Pierino, assinado pelo arquiteto Marcio Kogan, tem a cobertura avaliada em R$ 53 milhões, com tamanho de 800 m². A propriedade tem acesso à piscina coberta de 25 metros de comprimento e 4 metros de largura, além de uma ampla academia com pé direito triplo e vista para o bairro.

A quinta cobertura mais cara de São Paulo atualmente fica quase dentro do Parque do Ibirapuera. O Edifício Metropolitan tem cobertura de 1.000 m², avaliada em R$ 50 milhões. O imóvel tem piscina, área externa, lazer privativo, varanda gourmet e churrasqueira. A vista, claro, é para o Parque Ibirapuera e para os Jardins, além de oferecer uma vista ampla da cidade. Por sua localização, a propriedade se destaca também pelo fácil acesso aos corredores de transporte que vão da Avenida Paulista à região da Faria Lima.

Em apartamentos de cobertura, como eles podem ocupar de duas a três vezes o tamanho de um apartamento comum, o preço do condomínio tende a ser mais elevado. Nas coberturas do ranking da Mbras, o preço mensal dos condomínios varia de R$ 23 mil e R$ 36 mil, além do valor do IPTU, inerente a qualquer imóvel.

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Lucas Melo, diretor-executivo da Mbras, diz que a exclusividade, a privacidade e a segurança são fatores que motivam a busca por coberturas de luxo na cidade. “Há bastante procura por esse tipo de imóvel em 2024, até pela escassez. Não são muitas as coberturas que ficam em áreas nobres. Sempre tem público ou que mora num apartamento grande, ou que é alguém de poder aquisitivo alto que quer ir para uma cobertura. Quem ascendeu de classe social depois de um IPO, por exemplo, também procura por esse tipo de imóvel”, afirma. “A cobertura mostra que você venceu na vida.”

Quanto custa morar em uma cobertura em SP?

De acordo com levantamento feito pelo Estadão com 500 anúncios das plataformas Loft e Zap, o preço médio de um apartamento de cobertura na cidade de São Paulo é de R$ 4,5 milhões. Os imóveis têm tamanho médio de 286 m², resultando em um valor de R$ 14.823 por m². Na Zap, o maior valor anunciado é de R$ 9 milhões, enquanto o maior preço na Loft chega a R$ 43 milhões. Os bairros que têm anúncios das coberturas mais caras da cidade, em média, são Itaim Bibi, Moema e Jardins, com preços que ficam entre R$ 7 milhões e R$ 12,4 milhões.

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O professor da FGV Alberto Ajzental afirma que, para além do preço, o que valoriza ou não um imóvel de cobertura é o design. “Assim como a alta renda, a classe média também tem as suas coberturas, com preço de 8 mil o m². Mas é preciso casar o projeto com uma marca. É importante observar o que o arquiteto refletiu no apartamento e quais foram os acabamentos usados”, diz.

Ajzental afirma ainda que São Paulo é, hoje, a única capital do País com capacidade econômica para absorver imóveis de alto luxo, devido aos preços exorbitantes que podem chegar as coberturas na capital. “São Paulo é uma cidade muito mais mundial do que brasileira, em termos de economia, gastronomia e geração de riqueza. É uma das maiores cidades do mundo e, por isso, comporta esse tipo de empreendimento. Nenhuma outra cidade do Brasil se compara a São Paulo nesse sentido. O Rio tem algumas avenidas com imóveis bons, mas a cidade em termos de economia e segurança é decadente”, diz Ajzental.

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