A falta de clareza sobre alguns pontos do edital do leilão do 5G - mesmo após meses de discussão no governo federal - causa desconforto entre empresas de telecomunicações com potencial de disputar o certame. Como consequência, a situação compromete a definição dos planos de investimentos, especialmente entre companhias regionais.
Despontando como uma das principais operadoras do País, a EB Fibra deixará para mais adiante a decisão de participar do leilão, afirmou à Coluna o seu presidente, Pedro Parente. "Esse é um passo que precisa ser dado de maneira cuidadosa e muito estudada. Não estamos considerando em nossas contas nada proveniente do 5G em função das incertezas. Não vamos tomar decisão precipitada".
Empresa busca atingir 1 milhão de clientes até o fim do ano
A EB Fibra é uma holding de telecomunicações em franco crescimento. O grupo já fez a aquisição das operadoras Sumicity (Rio de Janeiro), Mob Telecom (Nordeste) e VipTelecom (Grande São Paulo), totalizando 73 mil quilômetros de fibra ótica e 380 mil assinantes. Até o fim do ano, busca atingir 1 milhão de clientes e, para isso, tem outras aquisições em andamento. Para isso, captou R$ 1,5 bilhão por meio de um fundo no ano passado.
As redes de fibra são essenciais para alimentar as antenas que vão difundir o sinal do 5G pelo Brasil. Por isso, o leilão terá lotes regionais, na expectativa de atrair operadoras que atuam em cidades ou bairros do interior do País onde as grandes teles não estão presentes. Segundo Parente, o 5G também deve proporcionar negócios interessantes de empresas para empresas (B2B), com o avanço da internet das coisas. Mas essa é uma estratégia que ainda carece de maturação, ponderou.
O edital do leilão do 5G formulado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está em análise do Tribunal de Contas da União (TCU) desde março. A previsão era de que o relatório da Corte estaria pronto em 60 dias, prazo que já expirou. As principais incertezas envolvem as exigências de que os vencedores do leilão fomentem uma rede privativa de uso exclusivo do governo e a infraestrutura de banda larga na Amazônia. Mas, segundo empresários, há dúvidas quanto ao orçamento dos projetos, superior a R$ 3 bilhões, e à contratação do responsável pelos serviços de instalação e manutenção das redes.
Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 27/05, às 18h11.
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