
Apesar do desaquecimento de fusões e aquisições no mercado de banda larga nos últimos meses, a Alares vai dar continuidade à sua estratégia de crescimento, inclusive via novas aquisições, ao mesmo tempo em que empregará esforços para redução do endividamento.
A Alares é uma das maiores provedoras de internet fixa do País, com 780 mil clientes e 120 lojas nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraíba, Ceará e Bahia. A empresa tem uma rede de 32 mil quilômetros de fibra ótica que cobre 3,3 milhões de endereços.
O grupo (antigamente chamado Conexão) foi constituído a partir de uma série de 21 aquisições no decorrer dos últimos anos. E esse movimento não vai parar agora. “Em 2025, continuaremos ativos em M&A (fusões e aquisições)”, afirma o presidente, Dênis Ferreira, em entrevista à Coluna.
Aumento de capital
O dinheiro para isso virá do acionista controlador, o fundo de investimentos norte-americano Grain Management, especializado em telecomunicações e tecnologia. Segundo Ferreira, o acionista tem disposição em colocar recursos para bancar novas aquisições de forma seletiva. No fim do ano, houve um aumento de capital de R$ 160 milhões bancado pelo controlador.
O presidente da Alares acrescenta que já foi concluída a integração dos sistemas, das equipes e dos clientes de todas as empresas adquiridas, o que tem gerado aumento da eficiência das operações. Segundo ele, o grupo está pronto para combinar os negócios com novas empresas de forma ágil, tanto no ganho de receita quanto na extração de sinergias. “Somos capazes de extrair 90% das sinergias em seis meses”, diz Ferreira.
É a partir do aumento da receita, da margem e do lucro operacional (o Ebitda, na sigla em inglês) que a Alares pretende reduzir seu endividamento. A alavancagem (medida pela relação entre dívida líquida e patrimônio) chegou ao fim do terceiro trimestre de 2024 em cerca de 3,3 vezes. Embora seja alto, o indicador está abaixo do pico de 4,6 vezes registrado em 2022.
“À medida que vamos ganhando eficiência, ampliando margem e Ebitda, vamos reduzindo a alavancagem”, aponta o diretor financeiro, Danilo Perez, que estima alavancagem inferior a 3 vezes neste ano. “Ganho de eficiência e aporte de capital são os caminhos para isso”, complementa Ferreira.
A receita líquida do grupo de janeiro a setembro de 2024 cresceu 34% na comparação com o mesmo período de 2023, chegando a R$ 531 milhões. O Ebitda avançou 58%, para R$ 242 milhões, e a margem cresceu 6,8 pontos porcentuais, para 38,8%. Ainda assim, o negócio deu prejuízo líquido de R$ 87 milhões devido ao peso do serviço da dívida. As despesas financeiras aumentaram 51%, batendo em R$ 155 milhões. A dívida líquida estava em R$ 893 milhões em setembro.
Ampliação orgânica
A Alares também investirá na ampliação orgânica da sua rede de fibra ótica, com foco em aumentar o cabeamento nas regiões onde já está presente e nos seus entornos, sem expansões geográficas relevantes.
A empresa descarta recorrer a empresas de redes neutras (que alugam a fibra para terceiros) porque entende que isso tornaria seu serviço de banda larga igual ao dos demais provedores. “Na rede neutra, você vira um revendedor”, avalia o presidente da provedora. “Além disso, é difícil a conta fechar com a locação da rede”, acrescenta.
A aposta da Alares para ampliar a receita média por usuário é a oferta de serviços complementares à banda larga, como plataformas de vídeo e aplicativos de saúde e segurança. Em média, os planos da companhia estão na faixa de R$ 96.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 22/01/2025, às 15:17.
O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.
Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.