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Bastidores do mundo dos negócios

Aliansce Sonae faz captação de mais de R$ 600 mi em dia de turbulência

Gestora de shoppings conseguiu levantar o montante em certificados de recebíveis imobiliários mesmo sob a sombra da quebra do SVB

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Shopping Plaza Sul, um dos centros de compra da Aliansce Sonae Foto: Taba Benedicto/ Estadão

A gestora de shoppings centers Aliansce Sonae conseguiu atrair mais de R$ 600 milhões para sua emissão de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs), vendidos ontem (13), um dia turbulento nos mercados globais em decorrência da quebra do Silicon Valley Bank (SVB). A intenção da empresa era captar R$ 500 milhões e acabou levantando R$ 612 milhões. A operação, coordenada pelo Bradesco BBI, XP e Itau BBA, teve garantia firme de colocação.

Isenção fiscal e garantia real são atrativos

Grande parte do sucesso da operação se deu porque os CRIs têm garantia real, ou seja, alienação fiduciária dos imóveis e de seus fluxos de recebimento de recursos. Ao mesmo tempo, os CRIs são papéis que têm bom apelo junto as pessoas físicas e gestoras de fortunas (family offices), pela isenção fiscal. Um terceiro motivo é que a companhia ofereceu aos investidores as taxas máximas propostas para os CRIs. Ou seja, 1% mais o CDI para os papéis que vencem em cinco anos e 1,20% mais o CDI para os que têm vencimento em sete anos.

Quebra do SVB acendeu sinal amarelo no mercado

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Havia uma aposta de que a emissão de CRIs da Aliansce Sonae pudesse ajudar o mercado de crédito a se estabilizar, após o susto com o rombo de R$ 20 bilhões das Americanas, bem como com os rumores de recuperação judicial da Light e de problemas em outras companhias que estão reestruturando dívidas, como a Lojas Marisa. Poucas empresas estão se arriscando a levar operações ao mercado, que está cobrando mais caro para comprar novos papéis de dívida de empresas, além de pedir prazos mais curtos.

A operação mais recente, do GPA, não foi bem-sucedida. A varejista queria inicialmente levantar R$ 750 milhões, teve de reduzir para R$ 500 milhões e, no fim, só conseguiu levar R$ 325 milhões. A SBF, dona da rede Centauro, resolveu adiar uma emissão de debêntures que planejava, e a Taesa preferiu encurtar seus títulos de dívida para apenas dois anos para conseguir captar R$ 1 bilhão.

Mas a quebra do banco SVB nos Estados Unidos, que obrigou autoridades norte-americanas a utilizarem medidas para evitar uma crise bancária sistêmica, recolocou gestores e o mercado financeiro em estado de alerta. Nesta segunda-feira, o mercado internacional de dívida ficou praticamente fechado.

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Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 14/03/2023, às 09h48

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