A Casas Bahia mostrou que está em dia com as promessas de melhorias operacionais da companhia. No entanto, um ponto prometido pela gestão que ainda não foi entregue é o novo financiamento do crediário da varejista por meio de Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). Em meio à negociação da recuperação extrajudicial, que reorganizou a dívida da empresa, o assunto foi pausado. Agora, porém, segundo fontes, a companhia se movimenta para avançar nessa questão e já fechou contratos com soluções alternativas a esses fundos, enquanto conversa com investidores para dar andamento ao plano principal.
A Casas Bahia já tem a estrutura de um FIDC que foi montada em 2023 pela gestora Polígono, do BTG Pactual. Os dois principais credores da varejista, Bradesco e Banco do Brasil, segundo apurou a Coluna, avaliam usar esse veículo, para fazer a transição do financiamento do crediário de dívida bancária para esse novo formato. Na última teleconferência com investidores, o CEO da companhia, Renato Franklin, disse que o FIDC era o único ponto atrasado das promessas da gestão, mas afirmou que a estrutura estava pronta.
Além disso, a empresa também conversa com outros investidores para uma eventual nova estrutura de FIDC que conte com 20% do dinheiro vindo da Casas Bahia e o restante de investidores e bancos. Existe ainda uma estrutura menor nessa mesma classe de fundo de investimento feita no próprio Banqi, instituição financeira da varejista.
Para varejista, FDIC é forma mais barata
Para a empresa, a estrutura do FIDC é uma forma mais barata de captar recursos no mercado. Do lado do banco, ajuda a diminuir o risco de crédito, que fica com o fundo.
Enquanto todas essas negociações são desenvolvidas, a empresa ainda tem fechado contratos de financiamento do crediário via dívida bancária com garantia de recebíveis. Isso é possível pois a empresa colocou correspondentes bancários nas lojas que agora podem receber pagamentos via boleto bancário, o que permite a garantia para bancos que aderirem a esse modelo.
A Casas Bahia tem cerca de R$ 5 bilhões financiados por bancos em seu crediário, o processo de migração desse modelo de financiamento é importante para liberar limites de crédito com os principais credores da varejista.
No final do ano passado, a Casas Bahia tentou levantar R$ 600 milhões no FIDC montado pela Polígono, que poderia chegar a R$ 1,5 bilhão, que acabou não evoluindo. Agora, essa estrutura pode ser aproveitada novamente.
Procurados, Casas Bahia, Banco do Brasil e Bradesco não comentaram.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 28/08/2024, às 16h14.
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