Depois de o grupo paranaense Muffato desistir de comprar as lojas da rede atacadista Makro, em São Paulo, em outubro, agora foi a vez de o Grupo Spani, conglomerado de atacarejo nascido no interior de São Paulo, recuar ao se deparar com o tamanho das dívidas da companhia. Estima-se que esse montante esteja na casa de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões. A maior parte do passivo, em discussão na Justiça, seria tributário e geraria sucessão - ou seja, os novos controladores terão de pagar as dívidas, caso o Makro não tenha condições financeiras.
Controladora holandesa SHV não aceitou proposta
Por isso, a proposta do Spani foi de que os R$ 2,5 bilhões oferecidos pelas lojas fossem liberados à medida que as cobranças fiscais caíssem. Os holandeses da SHV, controladora do Makro, porém, não aceitaram, ainda que o valor seja considerado alto por pessoas a par da situação financeira do Makro.
A Coluna apurou que o Santander, que assessora o Makro, já teria oferecido o ativo a vários possíveis compradores, sem sucesso. O problema é que, para vender 29 lojas para o Carrefour em 2020, o Makro deixou as contingências da companhia nessa segunda parte da venda. Agora, quem levar as lojas que restaram, fica também as pendências. Essa conta não tem fechado para os interessados até aqui.
O grupo controlador é forte na Europa e não precisa de caixa, mas não quer perder valor no Brasil com uma bandeira que está “um pouco perdida” em relação a suas concorrentes. A visão estratégica seria de que “esse jogo não é mais pra eles”.
Grupo Spani tem 37 unidades
O Grupo Spani tem 37 lojas em São Paulo e no sul fluminense e 15 mil pequenos e médios varejistas como clientes. Foi assessorado na negociação pelo GVM Advogados, que não emitiu posicionamento a respeito. Procurados, o Makro e o Santander preferiram não comentar.
Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 16/11/2022, às 18h19
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