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Bastidores do mundo dos negócios

Após oito anos, Operação Água Branca terá novo leilão em dezembro

Certame pode arrecadar R$ 383 milhões para a Prefeitura de SP

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Foto do author Circe Bonatelli
Atualização:
Jardim das Perdizes é um dos empreendimentos que aguardam Cepacs para novas construções Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo

Após oito anos, a Prefeitura de São Paulo fará, enfim, um novo leilão de Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs) da Operação Urbana Água Branca, que abrange bairros como Lapa, Barra Funda, Água Branca e Perdizes, na zona oeste da cidade. O certame foi agendado para 12 de dezembro, às 12h30, por meio da B3, de acordo com edital publicado pela prefeitura no final da terça-feira, 21.

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A Prefeitura deu entrada no pedido de realização do novo leilão em agosto e obteve a autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) este mês. O último certame da Operação Urbana Água Branca ocorreu em 2015.

A grande surpresa para o mercado foi que a Prefeitura deixou de fora do próximo leilão os Cepacs classificados como “não residenciais”, que poderiam ser usados em prédios de escritórios, shopping centers e outros empreendimentos comerciais. Em vez disso, o certame terá apenas Cepacs do tipo “residenciais”. Serão 350 mil títulos do gênero, no valor mínimo de R$ 1.093,42. Portanto, o leilão poderá movimentar R$ 382,7 milhões.

CVM autorizou 644 mil Cepacs, mas nem todos serão vendidos agora

A CVM havia autorizado a oferta de 644 mil Cepacs residenciais e 100 mil não residenciais. Os títulos remanescentes deverão ficar para futuros leilões, a serem realizados ao longo dos próximos anos, de acordo com a demanda de mercado. A Prefeitura controla a oferta para que os preços não sofram baixas, comprometendo a arrecadação.

Na visão do consultor de investimentos imobiliários Sérgio Beleza houve “insensibilidade” da Prefeitura em deixar de ofertar os títulos não residenciais. “As empresas ficaram com terrenos parados na região por muitos anos esperando um novo leilão. Agora era a hora de decidirem comprar os Cepacs”, observou. “A região da Água Branca tem metrô, trem, corredor de ônibus, muitos terrenos disponíveis e um grande potencial de desenvolvimento. É uma região que vai se transformar nos próximos anos.”

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A maior empreendedora na região da Água Branca é a Tecnisa, da família Nigri. A incorporadora tem participação no Jardim das Perdizes, mini bairro que está sendo erguido na região. Ao todo, a companhia estima que vai precisar de 250 mil Cepacs para o conjunto de lançamentos previstos para a região em longo prazo.

Tecnisa tem quatro lançamentos esperando papéis

Neste momento, a Tecnisa tem quatro prédios residenciais aguardando apenas a liberação de Cepacs via leilão. Com os títulos em mãos, a empresa planeja lançar esses empreendimentos ao longo dos trimestres seguintes, movimentando R$ 2 bilhões em vendas, conforme contou o presidente da Tecnisa, Fernando Tadeu Perez, ao Broadcast em setembro.

Os Cepacs são títulos que permitem às incorporadoras erguerem prédios acima dos limites originais de cada bairro. Eles viabilizam que um terreno receba edifícios mais altos, com mais apartamentos. Já os recursos arrecadados pelos cofres públicos vão para obras de infraestrutura, urbanismo e mobilidade na área. Com o dinheiro da operação, a Prefeitura já fez, por exemplo, o prolongamento da Avenida Auro Soares de Moura Andrade e as obras de drenagem das Bacias dos Córregos Água Preta e Sumaré, na região da Pompeia.




Este texto foi publicado no Broadcast no dia 22/11/23, às 16h21

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