PUBLICIDADE

EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores do mundo dos negócios

Banco do Brasil estrutura área para estimular empresa média no mercado de capitais

BB-BI foi recriado no ano passado e mira companhias com receita de até R$ 1,3 bilhão

PUBLICIDADE

Foto do author Matheus Piovesana
'Queremos levar capacitação cada vez maior para nossos gerentes de relacionamento para que a cultura do mercado de capitais se faça presente', diz Geraldo Morete, CEO do BB-BI Foto: Nilton Fukuda/Divulgação

O mercado de capitais ganhou peso no balanço das empresas brasileiras com a fila puxada pelas de grande porte. O Banco do Brasil quer aproveitar da estrutura e capilaridade no País para abrir espaço para as companhias médias, um contingente de 3,5 mil empresas que já são clientes. Essa estratégia vai utilizar a estrutura do BB-BI, recriado “oficialmente” no final do ano passado.

PUBLICIDADE

“O que temos procurado fazer é levar um conhecimento maior para as empresas que chamamos de ‘middle’, entre R$ 200 milhões e R$ 1,3 bilhão em receita operacional bruta [anual]”, afirma o CEO do BB-BI, Geraldo Morete. Com 37 anos de BB, ele assumiu o cargo em outubro do ano passado, um mês após o BB-BI ser constituído.

O BB atua no mercado de banco de investimento por meio do UBS BB, joint venture com o suíço UBS, desde 2020. A parceria prevê que o UBS BB estruture as ofertas e que o banco público entre com a chamada garantia firme, que é a garantia de compra de parte dos papéis da operação caso o mercado não absorva a emissão inteira.

Emissões de renda fixa

Para prover essa garantia, o BB constituiu o BB-BI. Dessa forma, as operações de mercado de capitais envolvem os dois bancos, mas algumas não têm escala para a estrutura do UBS BB. Com um banco de investimento montado e os termos da sociedade ajustados, o BB viu a oportunidade de estimular empresas médias a recorrerem ao mercado, através primeiro de emissões de renda fixa, das notas comerciais às debêntures.

“Conversamos o tempo todo, atuamos de forma sempre complementar”, diz Morete. “O que buscamos é fazer com que as necessidades das empresas, independente do tamanho que elas tenham, sejam atendidas, na estrutura do UBS BB ou do BB-BI.”

Publicidade

No ano passado, as duas marcas atuaram em 127 ofertas, com volume total de R$ 107,6 bilhões e garantia firme dada pelo BB-BI de R$ 37,8 bilhões. Neste ano, os volumes estão em alta: em 113 ofertas, são R$ 121,5 bilhões em recursos, com R$ 39 bilhões em garantia firme. A resiliência das ofertas de renda fixa tem puxado os números para cima.

Estrutura

O BB-BI tem 56 pessoas, recrutadas de diferentes áreas do conglomerado, e passou a ser responsável pelas equipes de pesquisa de ações e renda fixa do banco. Atividades como as de tesouraria, custódia e outras são desempenhadas nas estruturas do BB.

“Temos um ganho de eficiência, porque essas áreas conduzem outras atividades que se somam às do banco de investimento”, diz Morete. Eficiência é a palavra-chave no negócio: para chegar às empresas de médio porte, o BB-BI utiliza de forma ampla da estrutura do banco.

É através das equipes que atendem a esse público no dia a dia bancário que as operações podem ser originadas, em um exemplo. “Queremos levar uma capacitação cada vez maior para os nossos gerentes de relacionamento, para que a cultura do mercado de capitais se faça presente nos interlocutores com todas as empresas que atendemos no Atacado”, afirma Morete.

O BB tem cerca de 400 gerentes que são dedicados às empresas com faturamento anual entre R$ 50 milhões e R$ 1,3 bilhão, distribuídos entre 80 escritórios no País. Na frente bancária, um dos objetivos é ser o banco não apenas dessas empresas, mas também de suas cadeias de fornecedores e de clientes.

Publicidade

Novas fontes

Com o BB-BI e o UBS BB, o Banco do Brasil busca ganhar espaço dentro da nova realidade do financiamento a empresas no País. A entrada de milhões de investidores de varejo e a criação e popularização de novos instrumentos financeiros fez com que o mercado de capitais ganhasse corpo no financiamento à atividade empresarial.

PUBLICIDADE

“A participação de operações de mercado de capitais no endividamento das empresas no Brasil está em torno de 42%”, afirma o CEO do BB-BI. Segundo ele, em 2005, o mercado respondia por algo em torno de 10%, o que mostra a evolução desde então.

Este novo perfil é importante, de acordo com ele, para financiar o crescimento do setor empresarial no longo prazo. Mesmo em um cenário de juros a dois dígitos, o mercado de capitais consegue oferecer prazos mais longos e custos financeiros mais competitivos. “As empresas conseguem ter um planejamento financeiro melhor, um horizonte de crescimento futuro.”


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 14/06/24, às 10h03

Publicidade

O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.