Com atuação no altamente competitivo mercado financeiro, o Efí Bank está dois anos à frente no debate pelo fim da escala 6x1, como vêm sendo chamadas as discussões pela redução da jornada semanal de trabalho na Câmara dos Deputados. Especializado em serviços e tecnologia de meios de pagamento para empresas, o Efí implantou a jornada de quatro dias há mais de dois anos. Além de manter a produtividade similar à da jornada de cinco dias, cresceu dois dígitos anuais, conforme planejado. Entre junho de 2022 e o mesmo mês deste ano, mediu outros resultados positivos na ponta do lápis: aumento da taxa de retenção da empresa de 78,37% para 89,58% e queda de 81% nos pedidos de demissão.
Também houve redução no número de atestados médicos, já que os funcionários se organizam para cuidar da saúde e dos filhos nos dias em que não trabalham. Além disso, 98% se sentem mais dispostos e descansados e 96% entendem que a empresa se preocupa verdadeiramente com a saúde mental dos funcionários. Como resultado, 100% da equipe diz que hoje tem melhor qualidade de vida profissional e pessoal do que antes.
Na ponta dos líderes, a percepção não foi diferente. Entre os comandantes de equipes, 94% viram melhorias na qualidade do trabalho, 88% relataram menos ausências para questões pessoais, 68% perceberam alto impacto do benefício na melhoria na qualidade do trabalho entregue por seu time, 98% classificam como de alto impacto o benefício na satisfação do seu time no trabalho e 96% perceberam maior impacto no senso de pertencimento do time, após a implantação do benefício.
Processo foi longo
“Sabemos que o modelo com três dias de folgas não funciona em todos os segmentos, mas se houver uma convergência de que é um investimento útil, pode fazer sentido para a sociedade”, afirma Denis Silva, CEO do Efí Bank. “Nós mesmos, que atuamos no setor financeiro, cujos concorrentes trabalham cinco dias por semana, tivemos de fazer várias adaptações.”
Na verdade, foi um longo processo. Num primeiro ciclo de testes semestral, foi avaliado se o desempenho das operações seria mantido. Foi criado um modelo de rodízio entre as equipes, para que tivessem a mesma disponibilidade e desempenho para tarefas e junto aos clientes.
O processo foi renovado por mais seis meses, quando os processos se ajustaram. Em meados do ano passado, o sindicato dos trabalhadores foi chamado para que a jornada de quatro dias se tornasse o padrão da empresa a partir de então, sem redução de salários, e o sistema foi homologado de forma definitiva.
“As pessoas perceberam que há muitas reuniões que podem ser resolvidas com um e-mail ou uma troca de mensagens”, diz ele. “Mesmo as idas ao médico, ao cartório ou essas coisas cotidianas que tem de ser feitas em horário útil saíram da agenda do trabalho.”
Retenção de talentos
Segundo Silva, um dos motivos da adoção da jornada menor foi a atuação numa área em que a mão de obra é altamente qualificada e disputada por todos os concorrentes. Era comum que o Efí treinasse uma pessoa que acabava nos quadros de um competidor mais renomado pouco tempo depois.
Para Silva, o modelo traz tranquilidade no processo de gestão dos times. “Não dá para saber se teríamos crescido mais se tivéssemos uma jornada de cinco dias porque é um cenário hipotético, mas a gente teria desafios muito maiores”, diz ele. “Nosso propósito é gerar valor, manter a empresa sempre no positivo e, ao mesmo tempo, proporcionar o melhor bem estar possível para os colaboradores. Estamos cumprindo todas essas metas.”
Com faturamento de R$ 200 milhões no ano passado, o Efí movimentou R$ 27 bilhões de empresas clientes. Para este ano, a expectativa é transacionar quase R$ 40 bilhões. O grupo tem 500 funcionários.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 13/11/2024, às 16:58.
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