Os bancos detentores das ações da Braskem estudam uma alternativa para dar saída nos papéis que têm na petroquímica e foram dados como garantia pela Novonor (ex-Odebrecht) em empréstimos tomados pelo grupo no passado. A ideia é conduzir um processo de capitalização privado junto a um investidor financeiro, por meio do qual a fatia de controle da Novonor na Braskem seja diluída e as dívidas existentes dos bancos equacionadas. A dívida total com Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e BNDES supera R$ 15 bilhões.
A Coluna apurou que é uma estrutura que está sendo gestada e não há definição sobre seu formato, mas a proposta foi aceita pelos bancos, pela Novonor e pela Petrobras, que no passado já rejeitou a presença de um investidor financeiro.
Pela proposta, a Novonor ficaria ainda com uma fatia minoritária de participação na Braskem, necessária para seguir honrando os compromissos financeiros do processo de recuperação judicial, por meio de dividendos. Esse porcentual ainda está sendo discutido. Nas negociações que vinham acontecendo para a venda para a petrolífera de Abu Dhabi, Adnoc, a Novonor ficariam com 4% de participação.
Busca por comprador continua
Esta nova alternativa não anula os esforços que são feitos para a venda por meio de uma operação de fusão e aquisição (M&A), que está sendo trabalhada pelo Morgan Stanley e pelo BTG Pactual, separadamente.
Segue, portanto, no páreo a Petrochemical Industries Company (PIC), do Kuwait, que continua fazendo diligências na companhia. A própria Petrobras, que tem ações da petroquímica, não descartou oficialmente seu interesse em ficar com a companhia.
As tentativas de venda da fatia da Novonor vêm de 2019 e, além dos bancos que desejam receber seus créditos, a própria empresa quer sair da recuperação judicial e virar a página. O grupo Odebrecht esteve no centro da operação Lava Jato, em 2015, que investigou um esquema de propinas junto às maiores construtoras do País.
A Novonor detém o controle da Braskem, com uma participação de 50,1% das ações ordinárias e 38,3% do capital total. Ao seu lado está a Petrobras, com uma fatia de 47% das ordinárias e 36,1% do total. A Novonor negocia sua fatia como parte do plano de recuperação judicial, que já dura quatro anos.
Procurados, os bancos, a Novonor e a Petrobras não comentaram.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 19/11/2024, às 17:48.
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