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Bastidores do mundo dos negócios

Captações externas somam US$ 6,8 bi, maior volume desde 2011

Ofertas foram puxadas pelo Tesouro Nacional, seguido por empresas

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Foto do author Altamiro Silva Junior
Cosan levantou US$ 600 milhões com emissão de 'bonds' lá fora Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

O governo e empresas brasileiras captaram volume expressivo de recursos no mercado internacional de dívida em janeiro, revertendo o movimento do início de 2023, quando o escândalo contábil da Americanas travou o mercado e ninguém captou, nem no mercado doméstico, nem no externo. Ao todo, foram levantados US$ 6,8 bilhões lá fora no primeiro mês de 2024 com a emissão de títulos de dívidas (bonds), o maior valor para o mês desde 2011 (US$ 10,4 bilhões), puxado por uma oferta do Tesouro Nacional.

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A perspectiva para a queda dos juros nos Estados Unidos animou os investidores a buscarem ativos de maior risco. Por isso, as emissões de dívida bateram recordes nos países desenvolvidos e estimularam que países emergentes também se aproveitassem do apetite por esse tipo de papel.

Vários governos, incluindo os do Brasil, México, Chile e Turquia, acessaram o mercado. Entre as empresas, nomes como Cosan, 3R Petroleum, Ambipar e FS Bioenergia, além da colombiana Ecopetrol e da chinela Codelco, se aproveitaram do bom momento para lançar títulos, todos com forte demanda.

Demanda por papéis da Cosan chegou a US$ 2,2 bilhões

Na emissão da Cosan, por exemplo, os pedidos para os papéis bateram em US$ 2,2 bilhões. Na captação do governo brasileiro, chegaram a US$ 14 bilhões, e no México, que é classificado como grau de investimento, atingiram o recorde de US$ 20 bilhões em demanda. A maioria das empresas vai usar os recursos para pagar dívidas.

O México foi captar no primeiro dia útil de 2024, na maior emissão externa de sua história. O Brasil só chegou nessa festa depois. O Tesouro abriu o mercado dia 22, captando US$ 4,5 bilhões. A Cosan veio em seguida e levantou US$ 600 milhões. Nos últimos dias, vieram 3R, Ambipar e FS. Nos bancos de investimento da Faria Lima, a perspectiva é que mais empresas ainda acessem o mercado em fevereiro.

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O estrategista-chefe do UBS Investment Bank, Bhanu Baweja, acredita que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode começar a cortar juros em breve, com possibilidade de acontecer em março e chance de acelerar o ritmo de queda depois do verão no Hemisfério Norte. Nesse cenário, na carteira de alocação, o banco suíço está animado com “bonds” dos Estados Unidos e Europa.

Mercado não espera recrudescimento da inflação

No Brasil, a aposta do banco é estar comprado em títulos de dívida soberanos. “Os mercados de renda fixa não esperam que a inflação volte a subir. O cenário é de inflação benigna”, disse o executivo, em passagem por São Paulo esta semana. Por isso, a visão dos investidores de “bonds” é de juros em queda.

Na visão do economista sênior do banco de investimentos UBS BB, Alan Detmeister, se o primeiro corte de juros do Fed vier em março ou na reunião de política monetária de maio, o efeito para os mercados emergentes não será muito diferente. Ao contrário do que se discutia no começo de 2023, quando se falava de possíveis altas adicionais de juros, agora o cenário é de quedas, o que anima investidores a buscar ativos de mais risco.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 31/01/24, às 17h31

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