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Bastidores do mundo dos negócios

Carrefour se organiza para vendas de 221 imóveis em partes

Operação promete ser a maior da América Latina envolvendo empreendimentos de varejo

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Foto do author Circe Bonatelli
Ativos serão colocados dentro de um fundo ou de uma empresa Foto: GRUPO CARREFOUR BRASIL

O Carrefour acertou o formato da operação de cisão dos seus ativos imobiliários, que tende a ser a maior transação de compra e venda de empreendimentos imobiliários com foco no varejo da América Latina. Ficou definido que a oferta abrangerá um total de 221 imóveis. Entram aí as edificações onde ficam os hipermercados Carrefour e Atacadão, as galerias de lojas anexas e as vagas de estacionamento com uso efetivo. As informações foram compartilhadas com a Coluna pela executiva Liliane Dutra, presidente do Carrefour Property, o braço de gestão e administração de imóveis do grupo.

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Segundo ela, os ativos serão colocados dentro de um fundo ou de uma empresa. O Carrefour será o sócio majoritário, permanecendo no controle dos espaços, enquanto uma fatia minoritária será oferecida a terceiros. O objetivo da companhia é receber uma injeção de recursos na ordem de bilhões de reais com a venda. Em troca, passará a pagar aluguel a esse fundo e/ou empresa na condição de inquilina.

Por se tratar de um conjunto grande de ativos, foi definida a realização de vendas em partes, possivelmente três. Até o momento, não houve propostas vinculantes, mas as conversas estão aquecidas, segundo Dutra. “São vários namoros, mas ainda não teve um pedido de noivado”, brinca. A estimativa é de que o primeiro acordo aconteça ainda este ano, diz, ponderando que isso não configura meta ou compromisso formal.

Plano de cisão foi anunciado em 2022

A intenção de segregar os ativos (carve out, no jargão do mercado) foi anunciada pelo Carrefour em novembro de 2022 e, desde então, atraiu mais de uma dezena de interessados, segundo fontes. A maioria deles gestoras de recursos e grandes investidores institucionais, que passarão a contar com uma renda passiva originada nos aluguéis.

A Coluna apurou, com fontes de mercado, que o negócio não evoluiu nos trimestres anteriores porque os candidatos com poder de fogo para assinar um cheque de bilhões de reais não queriam entrar na condição de minoritários. Nesse sentido, a divisão do ativo em fatias menores teria ajudado a diminuir a cifra do cheque e aumentar o apetite desses investidores. Ainda assim, as conversas embutem um “estica e puxa” sobre o porcentual de cada parte na venda; sem contar que o valor ainda é elevado, o que reduz a quantidade de candidatos aptos a fazer uma proposta firme.

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Pelas contas do Goldman Sachs, o valor integral do portfólio do Carrefour gira na faixa de R$ 11 bilhões a R$ 17 bilhões (cálculo feito em 2022, quando a companhia detinha 450 imóveis, e a intenção da potencial venda foi anunciada).

Permutas com incorporadoras

Dutra disse que o carve out deixará de fora a área ociosa dos estacionamentos, cujas vagas não têm sido efetivamente usadas pelos consumidores que frequentem os hipermercados. Para estas áreas, o plano é fazer a permuta com incorporadoras para o desenvolvimento de prédios residenciais ou comerciais, de acordo com a vocação de cada vizinhança. Exemplo disso foi a venda de duas áreas para a Direcional erguer projetos do Minha Casa Minha Vida, no início deste ano.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 08/07/24, às 15h11.

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