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Bastidores do mundo dos negócios

Celeiro de talentos, Credit Suisse deixou legado de gestoras criadas por ex-executivos

Profissionais do banco suíço criaram casas de investimentos ou foram para grandes bancos

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Foto do author Altamiro Silva Junior
Processo de compra do Credit Suisse pelo UBS foi concluído, mas unidade brasileira ainda vai operar de forma separada por algum tempo  Foto: ENNIO LEANZA / AP

O Credit Suisse entrou em colapso lá fora e precisou ser comprado às pressas pelo UBS, mas no Brasil sempre foi referência nas operações de banco de investimento, na gestão de recursos e administração de fortunas. Prova disso é que executivos do banco suíço montaram gestoras, butiques de investimento e foram para postos de comando em grandes bancos locais e estrangeiros.

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Com 41 anos de Credit, o executivo Sávio Barros começou a carreira no Banco Garantia, comprado pelos suíços em 1998. “O Credit foi minha casa, minha história toda foi lá dentro”, conta o executivo. Aos 61 anos, deixou o banco após um tempo no conselho de administração, onde também estava o executivo Ivan Monteiro, agora o novo presidente da Eletrobras.

Após deixar o Credit, Barros ficou um ano parado e resolveu empreender. Com o colega, também do Credit, Bruno Rodrigues, com oito anos de casa, criou a Sten, uma casa de investimentos voltada para grandes fortunas, que já nasce com R$ 6 bilhões em recursos, de sete famílias endinheiradas.

Ex-diretor trouxe nove profissionais do Credit para gestora

Rodrigues começou em 2015 como analista de investimentos no Credit e rapidamente virou diretor estatutário, aos 28 anos, o mais jovem nesse tipo de cargo na história do banco. Antes de deixar a casa, era chefe do time de investimento de América Latina e tinha 64 pessoas que se reportavam para ele, no Brasil, México e Suíça. “Na Sten, buscamos criar uma casa independente, sem um sócio financeiro por trás”, disse ele. Rodrigues trouxe mais nove pessoas do Credit para a empreitada.

Antes da Sten, a gestora WHG também foi formada por ex-executivos do Credit, em meados de 2020. Pouco depois, em janeiro de 2021, Sylvio Castro, que liderava a área de investimentos da Credit Suisse Hedging-Griffo criou a Grimper Capital. Este ano o também suíço Julius Baer incorporou o time da gestora.

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Mais recentemente, parte do time que cuida dos fundos imobiliários do banco suíço cogitou montar uma gestora própria, segundo fontes. O UBS retomou o processo de venda dessa gestora, de R$ 12 bilhões em ativos, que havia começado pelo próprio Credit no final de 2022, um negócio estimado em ao menos R$ 500 milhões e que está sendo oferecido a grandes gestoras do mercado, como XP e BTG Pactual.

Ex-chefe da área de mercado de capitais foi para o Santander

Entre executivos do Credit, uma das recentes movimentações foi a ida de Leonardo Cabral para o Santander, onde vai ser diretor do banco de investimento. O executivo assumiu o posto há pouco mais de um mês e levou duas pessoas que trabalhavam com ele no Credit, onde era o chefe da área de mercado de capitais. Na agenda de negócios na nova casa, estão privatizações de empresas estaduais e o mapeamento de ao menos R$ 30 bilhões de ofertas de ações no Brasil neste segundo semestre. Só o banco trabalha em 30 operações atualmente, entre ações e fusões e aquisições.

O processo de compra do Credit pelo UBS foi concluído. Mas a unidade brasileira ainda vai operar de forma separada por algum tempo, por conta da complexidade da integração de um negócio fechado às pressas, de acordo com fontes. Recentemente, o UBS BB, a parceria que os suíços têm com o Banco do Brasil, revelou os nomes que vão comandar a operação, que tem como presidente do banco de investimento o executivo Daniel Bassan. A maioria dos nomes do UBS BB de antes do anúncio da fusão foi mantida.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 28/08/23, às 17h25.

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