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Bastidores do mundo dos negócios

Com agenda climática, startups de energia na AL captam R$ 600 milhões em 2024

Aportes ocorreram nos quatro primeiros meses do ano em sete operações

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Atualização:
Das 357 startups mapeadas em toda a América Latina pela Distrito, 55% estão ligadas a energias renováveis Foto: Felipe Rau/Estadão - 14/10/2019

As startups do setor de energia na América Latina receberam mais US$ 113 milhões nos primeiros quatro meses do ano, em sete operações. O montante corresponde a mais da metade do registrado ao longo de todo o ano passado, quando os aportes somaram US$ 213 milhões, em 17 rodadas. É o que aponta levantamento realizado pela plataforma de tecnologias emergentes Distrito, que considera o montante registrado até agora como uma sinalização de retomada do apetite pelas chamadas “EnergyTechs”, num momento em que a agenda de descarbonização vem ganhando importância entre as empresas e no qual o mercado energético adota nova dinâmica.

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“O segmento de EnergyTechs é um dos mais dinâmicos do ecossistema de inovação. Mudanças regulatórias, como a expansão do Mercado Livre de Energia, a crescente importância da agenda climática e a presença do capital de corporações estimulam a criação de soluções para democratizar o acesso a formas limpas de energia, a otimização da distribuição e a tecnologias para a eletrificação de frotas. Pelos números que vimos até agora, este ano pode ser um dos melhores para o segmento”, diz o CEO e cofundador da Distrito, Gustavo Gierun.

Conforme o levantamento da plataforma, o interesse de investidores nas startups de energia ganhou tração desde a pandemia, passando de um patamar inferior a US$ 10 milhões observado até 2020, para volumes anuais de mais de uma centena de milhões de dólares a partir de 2021. O acumulado desde então supera US$ 750 milhões em toda América Latina, dos quais mais de 80% direcionados ao Brasil, com US$ 605,9 milhões em 61 operações.

Pico ocorreu em 2022

Observa-se, porém, que houve um pico de 28 operações realizadas em 2022, movimentando US$ 294 milhões. O gerente de Research da Distrito, Victor Harano, explica que entre 2021 e 2022 os aportes no segmento foram influenciados por fatores externos, que estimularam o crescimento do segmento de venture capital (investimento em empresas iniciantes).

“Este cenário impulsionou os investimentos em EnergyTechs até atingir um pico, seguido de uma queda igualmente influenciada por fatores exógenos. Atualmente, o mercado de investimentos mostra-se mais cauteloso, o que reflete na desaceleração observada após 2022″, disse.

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Ele ressalta, porém, que a queda no segmento de EnergyTechs foi menos acentuada que a observada em outros setores, como FinTechs, HealthTechs e varejo, nos quais as reduções superam os 50%. “O mercado de EnergyTechs demonstrou uma resiliência maior, refletindo o contínuo interesse dos investidores em apostar nessas iniciativas”, afirmou, citando o movimento de determinadas indústrias emissoras de gases de efeito estufa, como produtoras de óleo e gás, de criar fundos de corporate venture capital (grandes empresas que investem em iniciantes) ou adquirir empresas.

Fusões e aquisições

O levantamento da Distrito traz também dados sobre fusões e aquisições no setor, que somaram três operações de janeiro a abril, superando o total registrado em 2023, de apenas duas operações. O ano de maior atividade foi observado em 2022, quando foram computadas cinco transações. Para a Distrito, o maior volume de transações no início deste ano sugere um possível aumento no ritmo de atividade para o restante do ano.

Segundo Harano, observa-se uma tendência das corporações em adquirirem empresas de energia focadas na geração de energia e na digitalização de processos. No primeiro caso, o interesse ocorre principalmente por parte de investidores que querem diversificar ou expandir portfólios. Já no segundo caso, a busca é por soluções tecnológicas que proporcionem mais agilidade nas operações dentro do mercado de energia e contato diferenciado com o consumidor.

“Com a crescente abertura do mercado de energia, torna-se cada vez mais crucial estabelecer uma comunicação ágil e eficiente com o consumidor final. Nesse contexto, startups que facilitam a interação direta entre geradores e consumidores, atuando como verdadeiros marketplaces, são particularmente atrativas para grandes corporações”, disse.

Fontes renováveis

Das 357 startups mapeadas em toda a América Latina pela Distrito, 55% estão ligadas à energia renovável, com foco no desenvolvimento de soluções para a instalação e produção de placas solares ou o crédito para a compra de sistemas fotovoltaicos. O segundo segmento mais relevante, com 130 startups, é classificado como “distribuição energética”, no qual entram soluções para economizar energia e acompanhar dados de consumo.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 22/05/24, às 19h15

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