Os esforços de crescimento do ‘unicórnio’ mexicano Clara voltaram-se para o mercado brasileiro este ano. A startup de gestão de gastos corporativos planeja investir R$ 100 milhões em sua operação no País em 2023, com a expectativa de que o Brasil represente 50% do faturamento total até o fim do ano. Atualmente, a participação é de 30%, com o restante distribuído entre México e Colômbia.
Como parte do movimento, a startup anunciou recentemente a contratação da brasileira Roberta Savattero como diretora global de marketing. Segundo ela, apesar de a empresa ter ambições de chegar a novos países no longo prazo, a prioridade imediata segue nos mercados nos quais já atua, com destaque para o brasileiro.
Empresa tem dois mil clientes no Brasil
A Clara oferece cartões de crédito corporativos atrelados a uma plataforma de gestão financeira para gastos como assinaturas mensais de serviços, viagens e marketing digital. O portfólio soma 9 mil clientes no Brasil, México e Colômbia. A operação brasileira atende duas mil empresas de segmentos variados, com projeção de chegar a cinco mil até dezembro.
A startup mexicana estima ainda passar dos R$ 2 bilhões movimentados por meio do cartão de crédito no País. O montante é quatro vezes maior do que os R$ 500 milhões registrados em 2022, primeiro ano de operação da startup mexicana no Brasil. Em março de 2022, a Clara desembarcou na Colômbia.
Recursos irão para desenvolvimento de produtos e contratações
Os R$ 100 milhões em investimentos projetados para este ano serão direcionados ao desenvolvimento de produtos voltados às particularidades brasileiras, como o Pix. A ampliação do time também está nos planos da empresa, que tem hoje cerca de 50 vagas abertas e uma equipe de 350 funcionários. O movimento de expansão destoa da cautela vista no setor de tecnologia. No entanto, Savattero diz que a startup está preparada para levar adiante o plano. “Estamos bem capitalizados”, afirma. “Além disso, temos um produto para ajudar a aumentar a eficiência das empresas nesse cenário macroeconômico difícil.”
Desde a sua fundação, em abril de 2020, a Clara levantou US$ 250 milhões, divididos entre equity (venda de participação) e instrumentos de dívida. Além disso, obteve, em agosto, linha de crédito inicial de US$ 50 milhões do Goldman Sachs com a opção de ampliação para até US$ 150 milhões.
Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 28/02/2023, às 15h20
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