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Bastidores do mundo dos negócios

Com reunião sobre Vibra, Amec marca entrada na área de dívida corporativa

Associação de acionista minoritários vai acompanhar mais de perto o mercado de renda fixa

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Foto do author Cristiane Barbieri
'Mercado de dívidas cresceu de maneira silenciosa e acelerada nos últimos cinco anos', diz Fabio Coelho, presidente da Amec  Foto: Divulgação/Amec - 10/05/2022

Conhecida por atender os interesses dos acionistas minoritários (que costumam ser grandes investidores institucionais) de companhias de capital aberto, a Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec) fará na semana que vem a primeira reunião de uma nova área de atuação: o mercado de dívidas corporativas. Na quinta-feira, será feito um encontro com detentores de certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) da Vibra Energia, que parou de pagar aluguéis de sua sede no Rio de Janeiro e criou um impasse com fundos imobiliários e mais de 1.000 pessoas físicas donas desses papéis.

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“O mercado de dívidas cresceu de maneira silenciosa e acelerada nos últimos cinco anos, o que fez com que práticas e problemas restritos a poucos investidores fossem amplificados”, diz Fabio Coelho, presidente da Amec.

Com muitos investidores de ações também aplicando recursos em dívidas, principalmente com a alta dos juros e a retração dos movimentos na Bolsa, a Amec começou a se debruçar sobre esse mercado no fim de 2022. No início de 2023, com a crise das Americanas e, na sequência, a recuperação judicial da Light, e entidade percebeu que havia muita necessidade de dar voz ativa aos credores, seja para buscar a criação de normas junto a reguladores ou para fazer regulação e autorregulação.

Associados investem R$ 900 bilhões em ações

Assim, a entidade passou o último ano em debates externos e discussões internas com os quase 60 associados, que investem aproximadamente R$ 900 bilhões no mercado de ações brasileiro. Constatou falta de maturidade em diversos âmbitos, quando comparados às regulações da Bolsa. No mercado de dívidas, há assimetria de informações, divulgações de emissões que não chegam na mesma velocidade ou de forma completa a todos os participantes do mercado, conflito de interesse entre prestadores de serviços e a constatação de que alguns participantes não necessariamente estão atuando no melhor interesse dos cotistas, mas privilegiando relacionamentos com emissoras ou quem organiza as operações.

“A despeito de termos emissores de dívida de alto nível, a diferença no tratamento dispensado a acionistas e credores é latente, fazendo com que o investimento em crédito pareça um ‘velho oeste’ perto do mercado acionário”, diz ele.

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Com 18 anos de experiência no mercado de ações, a Amec costuma fazer divulgações e tomar iniciativas práticas após cada uma das reuniões que faz. Porém, ainda não há certeza do que acontecerá na reunião de quinta, além das discussões com os interessados.

Com a palavra

Procurada, a Vibra diz não ter descumprido nenhuma obrigação por ela assumida perante o mercado e não tem relação direta com os titulares dos CRIs. Cabe aos investidores do papel procurarem a securitizadora.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 17/05/24, às 11h04

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