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Bastidores do mundo dos negócios

Contratado para reestruturar InterCement, Ronnie Vaz deixa Conselho em meio a negociações de venda

Motivo da saída não foi comunicado. Executivo estava no cargo desde maio de 2023

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Foto do author Cynthia Decloedt
Fábrica da InterCement em Ijaci, Minas Gerais Foto: Divulgação/InterCement

Em meio a tensas negociações com bancos credores e com a CSN para sua venda, a InterCement comunicou na última sexta-feira, 29, a saída de Ronnie Vaz Moreira da presidência do Conselho de Administração da InterCement Participações, que tem a InterCement Brasil entre suas empresas. Ronnie chegou à InterCement em maio do ano passado, por meio da Houlihan Lockey, contratada pelo grupo como assessor financeiro na reestruturação da companhia.

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Ele foi substituído por Leonardo de Mattos Galvão, que é o CEO da Mover (ex-Camargo Corrêa), holding que controla a InterCement. Mattos Galvão acumulou o cargo de presidente do Conselho de Administração da Mover em junho, quando Britaldo Soares renunciou ao cargo. Mattos Galvão está há mais de duas décadas no grupo. Procuradas, Houlihan, InterCement e Mover não comentaram.

O motivo da saída de Ronnie Vaz não foi comunicado, mas chamou a atenção dos que acompanham as negociações para o fechamento da venda da companhia para a CSN, como parte de um plano de recuperação extrajudicial que tem de ser concluído até o dia 16. As negociações acontecem há mais de um ano entre a InterCement, a Mover e os bancos Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, e a CSN negocia a compra do ativo há 10 meses. Sem uma conclusão, a InterCement irá para a recuperação judicial, pois a lei não prevê mais prazo além de 90 dias para que a empresa apresente um plano aceito por 50% mais 1 dos credores.

Busca por quórum

A InterCement tem adesão de mais de um terço dos credores: Bradesco e Itaú. O Banco do Brasil não aderiu por enquanto ao plano e a companhia precisa de sua anuência para ter o quórum necessário para arrastar os credores estrangeiros, que estão isolados de todo o processo e processam a companhia no Brasil, Estados Unidos e Holanda.

A disputa nas negociações está amarrada em vários pontos. Segundo fontes, entre eles o valor a ser pago pela CSN pela companhia, que não cobre suficientemente as dívidas; o valor das garantias que os bancos têm e o pagamento antecipado ao Bradesco BBI de compromissos com a Mover, para liberação de garantias. De acordo com o plano apresentado, a Mover precisa liberar essas garantias para dar à CSN na compra da InterCement.

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Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 02/12/2024, às 17:39.

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