A fintech Creditas colocou em andamento um projeto piloto para abrir uma nova linha de crédito pessoal com imóveis como garantia de pagamento. A novidade do projeto é a possibilidade de aceitar como garantia imóveis já alienados em outros financiamentos, algo que começou a ser explorado recentemente pelas instituições financeiras.
Esse movimento vem na esteira do Marco das Garantias (Lei 14.711), que entrou em vigor no fim de 2023 e passou a autorizar que um mesmo imóvel seja usado como garantia de mais de um empréstimo.
“Estamos planejando entrar nesse segmento. É algo que faz sentido para nós e pode ser muito bom para os clientes”, diz o vice-presidente da Creditas, Fabio Zveibil, em conversa com a Coluna. “Temos um piloto rodando na esteira. Vamos testar e estruturar uma linha em cima da própria carteira de imóveis financiados.”
Destravou
Em sua avaliação, o novo marco regulatório ajudou a destravar garantias para serem usadas nos financiamentos, embora ainda existam algumas dúvidas sobre como será o modelo de execução das dívidas nestes casos, pondera.
A Creditas já tem uma carteira de crédito pessoal com imóvel como garantia (também chamado de home equity), que atingiu a marca de R$ 1,8 bilhão na metade deste ano, um crescimento de 17% na comparação com o mesmo período do ano passado. A fintech atua com home equity desde meados de 2015, quando o setor estava dando seus primeiros passos.
Nos últimos anos, este tipo de operação tem crescido, à medida que fica mais conhecida do público. O negócio costuma ser bem mais vantajoso que outras modalidades de crédito pessoal sem garantia, cujos juros são mais altos. Como o home equity conta com garantia de imóvel, a taxa é menor, ficando na faixa de 1,1% a 1,2% ao mês + IPCA.
Avanço
No mercado como um todo, as operações de crédito com garantia de imóvel subiram 45,3% no primeiro semestre de 2024 ante o mesmo período de 2023, para R$ 4,6 bilhões, de acordo com dados apresentados nesta segunda-feira, 5, pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Com isso, a carteira do segmento avançou 21% no período, para R$ 21,7 bilhões.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 05/08/2024, às 11h06.
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