Credores da Light estão se organizando para uma conversa com a distribuidora de energia sobre a reestruturação de sua dívida, que soma cerca de R$ 11 bilhões. Os detentores de títulos de dívida emitidos no exterior (bonds) procuraram a Moelis & Co, banco de investimento e assessoria financeira norte-americana, para criar um grupo e formalmente negociar com a empresa.
Debenturistas também devem ser procurados para aumentar a representatividade em tal grupo. A Light tem US$ 600 milhões em bonds que vencem em 2026 e pagam juro de 4,375% ao ano. A empresa tem ainda R$ 7,4 bilhões emitidos em debêntures. Gestoras que carregam cerca de R$ 1 bilhão contrataram advogados para entender o caso.
Empresa antecipou pagamento de R$ 175 mi
A Light pagou antecipadamente R$ 175,4 milhões ao FI-FGTS, que é administrado pela Caixa, relativo a duas séries de debêntures. A avaliação do mercado é de que a companhia foi pressionada a fazer o resgate antecipado da totalidade desses títulos. A notícia deixou outros credores inquietos, já que o FI-FGTS foi pago primeiro.
Elétrica teve prejuízo de R$ 5,6 bi
A companhia divulgou balanço mostrando prejuízo de R$ 5,6 bilhões em 2022, impactado por eventos não recorrentes. Ao comentar o resultado, o presidente da Light, Octavio Lopes, lembrou a contratação da Laplace para melhorar sua estrutura de capital e que está “no começo” de uma renegociação de dívidas, cujo formato não está definido. Paralelamente, a companhia busca negociar com a União a antecipação da renovação da concessão, que vence em 2026. A intenção é conseguir antecipar a assinatura de um novo contrato, embora o governo ainda não tenha definido como se dará o processo de renovação, não só de Light como de diversas outras distribuidoras com contratos a vencer.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 29/03/2023, às 17h29
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