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Bastidores do mundo dos negócios

Credores da Novonor fecham nos próximos meses nova estratégia para a Braskem

Antiga Odebrecht tem mais de R$ 15 bilhões em dívidas com bancos

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Bancos têm a fatia de controle da Novonor na Braskem como garantia de empréstimos concedidos à Odebrecht Foto: Daniel Teixeira/AE - 16/03/2012

Um memorando de entendimento entre os bancos credores da Novonor (antiga Odebrecht) e a Petrobrás envolvendo um controle compartilhado da Braskem deve ser divulgado nos próximos meses e a expectativa é de que um acordo final seja fechado até o final do ano. Os bancos têm a fatia de controle da Novonor na Braskem como garantia de empréstimos concedidos à Odebrecht no passado e o plano é executar a empresa e alocar em um fundo que seria o novo sócio da Petrobrás na petroquímica. Esta é uma saída alternativa à venda que começou a ser gestada no ano passado, diante de anos de dificuldade para a venda dessa participação.

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A Coluna apurou que a ideia das instituições financeiras seria manter essa participação na Braskem no fundo até que as ações se valorizem para então buscar uma venda que, financeiramente, faça sentido em relação ao crédito que detém contra a Novonor. Bradesco, Itaú, Santander, Banco do Brasil e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem um crédito contra a empresa que, de longe, supera os R$ 15 bilhões.

Existe a possibilidade de que, nesse formato, se busque investimentos para serem feitos na Braskem a fim de contribuir para que a empresa se reposicione do mercado e volte a ser lucrativa. Além dos reveses do ciclo de baixa no setor petroquímico, a Braskem viu suas operações impactadas pela expectativa de entrada de um novo sócio nos últimos anos, o que não se concretizou.

Tentativas de venda foram frustradas

O incidente geológico em suas operações de sal-gema em Alagoas tem trazido ainda um desafio financeiro, à medida aos valores envolvidos em indenizações e acordos com entes públicos vem sendo repetidamente alterados. Esse foi o motivo pelo qual em 2019 um acordo de venda para a LyondellBasell deixou de ser assinado.

Outros esforços de venda foram feitos e o mais próximo que Novonor chegou novamente da venda foi no ano passado para a petroleira Adnoc, de Abu Dhabi. O processo de auditoria (due dilligence) foi iniciado, porém, as negociações não foram para frente.

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A Novonor detém o controle da Braskem, com uma participação de 50,1% das ações ordinárias e 38,3% do capital total. Ao seu lado está a Petrobras, com uma fatia de 47% das ordinárias e 36,1% do total. A Novonor negocia sua fatia como parte do plano de recuperação judicial, que já dura mais de 4 anos. Procurados, Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil, BNDES, Petrobras e a Novonor não comentaram.

Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 21/03/2025, às 15:16.

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