A Cury planeja lançar, ano que vem, o maior empreendimento residencial do Porto Maravilha. A construtora paulistana já se consolidou como a principal desenvolvedora imobiliária da zona central do Rio de Janeiro, tendo sido responsável por 12 dos 13 condomínios lançados nessa área, totalizando 8 mil unidades em três anos.
O próximo projeto terá um total de 2,5 mil apartamentos divididos em três grandes torres de 25 pavimentos, com valor geral de vendas estimado (VGV) em R$ 1,1 bilhão. O lançamento da primeira fase está previsto para maio, com oferta de cerca de 800 unidades. O projeto todo deve sair do papel em um prazo de 12 a 18 meses, o que pode variar de acordo com as condições do mercado.
O novo empreendimento ficará em um terreno de 18 mil metros quadrados na Rua General Luís Mendes de Morais, paralela à Avenida Francisco Bicalho, no bairro de Santo Cristo, que está inserido na operação urbana do Porto Maravilha. A Cury acertou a compra do terreno por R$ 40 milhões, e mais R$ 100 milhões em Certificados de Potencial Adicional de Construção (Cepacs). Os desembolsos serão pagos de modo parcelado a partir do lançamento.
Caixa foi responsável pela venda
Na outra ponta da mesa, o vendedor foi a Caixa Econômica Federal, na condição de gestora do fundo de investimento do FGTS, que é o proprietário desses ativos. Os Cepacs são os títulos que permitem às empresas erguerem prédios mais altos no terreno. Os recursos pagos como contrapartida vão para obras de infraestrutura e mobilidade na região a serem executadas pela prefeitura, conforme previsto na operação urbana.
Os empreendimentos da Cury terão estúdios e plantas de um a três dormitórios, sendo comercializados na faixa de R$ 250 mil a R$ 700 mil. A menor parte disso ficará dentro do Minha Casa Minha Vida (MCMV), disse o vice-presidente da Cury, Leonardo Mesquita. “A região se valorizou muito pelo desenvolvimento dos últimos anos, e aí fica mais difícil encaixar o MCMV nessa região.”
Com a maior parte das unidades fora do MCMV (em que os juros são subsidiados), a Cury enfrentará um desafio adicional para comercialização neste momento de subida dos juros dos financiamentos, admitiu Mesquita. Por outro lado, a demanda local aquecida justifica o investimento, ponderou. “Não dá para negar que juro subindo é algo que encarece o financiamento e representa um desafio. Mas acreditamos muito que estamos em uma região com localização estratégica, oferta de muita infraestrutura e bons produtos imobiliários. Então, entendemos que ainda é uma grande oportunidade de compra, com preços acessíveis em comparação com outras regiões”, disse.
Demanda está aquecida
Como exemplo da demanda aquecida, ele citou o último lançamento da Cury no Porto Maravilha, realizado em novembro. O residencial batizado de “Orla Mauá” conta com 800 unidades e um VGV de R$ 350 milhões. Em um mês, 500 foram vendidos. Mesquita disse ainda que o anúncio do estádio do Flamengo no Gasômetro, na mesma região, ajudou a dar ainda mais visibilidade para o Porto Maravilha e um fôlego adicional na procura por imóveis.
Questionado sobre a razão para a dominância da Cury no Porto, Mesquita explica: “Já atuamos no Rio há muito tempo e sempre tivemos como foco as áreas que não eram o local tradicional de atuação das incorporadoras cariocas, que preferiam as zonas sul e oeste. Hoje, criamos uma identidade com a região, o que nos possibilita dar continuidade aos projetos.”
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 20/12/2024, às 14:37.
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