O terreno onde funcionou por meio século a fábrica de sorvetes da Kibon, no Brooklin, e que estava desocupado havia quase 20 anos, vai receber um megaempreendimento imobiliário cujo valor geral de vendas (VGV) é estimado em R$ 2 bilhões. O local vai abrigar um total de até sete torres, das quais seis residenciais e uma de escritórios - além de um shopping de conveniência e um parque aberto ao público.
Quem está por trás do projeto é a Cyrela Brazil Realty, do empresário Elie Horn, em parceria com Lavvi e Hines. Cada incorporadora tem 45%, 45% e 10%, respectivamente, do negócio.
Terreno gigante disponível é raridade na cidade de São Paulo
O terreno é uma das últimas áreas que sobraram após a desindustrialização da zona sul da capital paulista. Esse pedaço da cidade abrigou fabricantes como Kibon, Caloi, Bosch, Smart, que levaram suas operações para o interior com o passar dos anos.
O megaempreendimento ocupará um terreno de 42 mil metros quadrados entre a Avenida Roque Petroni Jr, a Avenida Santo Arcádio e a Rua Pássaros e Flores. Áreas desse tamanho disponíveis para construção em bairros nobres do município são extremamente raras.
"É como ver um Cometa Halley" (que só é visto uma vez a cada 75 anos), compara o copresidente da Cyrela, Efraim Horn, em conversa com a Coluna. Foi a primeira vez que a incorporadora se deparou com uma área dessa magnitude. O terreno era da Hines, com quem fechou parceria. A Lavvi também ingressou na sociedade mediante aporte de R$ 42,3 milhões.
Obra completa vai levar cinco anos
O lançamento do projeto ocorrerá em fases ao longo de aproximadamente 18 meses, e a obra completa levará cinco anos. O primeiro prédio residencial sai agora, e o segundo, no começo do ano que vem, totalizando 500 apartamentos nesta largada. Nos meses seguintes virão mais três residenciais, agregando mais 300 unidades, ao todo.
Há um outro prédio de 400 estúdios destinados à locação e que já foi vendido para fundos geridos por CPPIB (Canada Pension Plan Investment Board) com a Greystar e a própria Cyrela, segundo apurou a Coluna. O projeto prevê ainda um prédio de escritórios com 17 mil m2 e um mini shopping, com mais 5,5 mil m2.
Projeto terá parque com desenho inusitado
A grande atração do local será um novo parque com 8 mil m2, o equivalente a 19% do terreno - o que ajuda a explicar o nome dado ao projeto: Éden. A concepção da área verde leva a assinatura do arquiteto e designer isrealense Dror Benshetrit, cujo trabalho é dedicado a pensar as "cidades do futuro" e conectar as pessoas à natureza.
Visto de cima, o desenho do parque vai lembrar favos de mel, com células verdes delineadas por calçamentos. Benshetrit disse à Coluna que a maioria dos parques nas cidades são concebidos da mesma forma, com gramado, calçada e plantas. "Mas a natureza não é organizada assim. Tem diversidade e sobreposição de ecossistemas", afirma, justificando o desenho inusitado.
Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 21/10/2022, às 16h39
O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.
Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.