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Dona da Aegea, Equipav estrutura nova via de captações para saneamento

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Foto do author Cynthia Decloedt
Aegea (foto) é controlada pela Equipav Saneamento (70,72%) e também tem como acionistas o fundo soberano de Cingapura GIC (19,08%) e a Itaúsa (10,20%) Foto: Aegea

A Equipav está buscando acesso ao mercado de capitais para seus negócios de saneamento, que tem a Aegea como maior e principal investimento. O grupo de infraestrutura espera obter até o final deste ano seu registro de companhia aberta na categoria B - envolvendo somente emissão de títulos de dívida - para a Equipav Saneamento, veículo de investimento da área que controla a Aegea, com 70,72%. São também acionistas na Aegea o fundo soberano de Cingapura GIC (19,08%) e a Itaúsa (10,20%).

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Com o registro, a ideia é apresentar a Equipav Saneamento a gestores de fundos e investidores institucionais para captar junto a mais bolsos do mercado e dar liquidez ao braço de saneamento da Equipav. “A Aegea passa por novo ciclo de crescimento e é natural que estejamos preparados para apoiar as agendas da companhia”, disse o diretor-financeiro da Equipav, Danilo Garcez.

A Equipav Saneamento fez uma captação privada de R$ 1 bilhão em debêntures de 10 anos junto ao BTG Pactual no mês passado, alongando uma dívida de R$ 700 milhões tomada para aportar recursos na Aegea, no processo do leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae) do Rio de Janeiro, em 2021. “Aumentamos nossa liquidez e posição de caixa, para continuarmos tendo acesso ao mercado e para estarmos aptos a apoiarmos, caso necessário, projetos da Aegea”, acrescentou.

A Aegea arrematou dois blocos da concessão da Cedae investindo R$ 15,4 bilhões por meio de um consórcio que, além da Equipav, marcou a entrada do GIC e Itaúsa na companhia.

Em conversa com a Coluna do Broadcast na última semana, o CEO da Aegea, Radames Casseb, disse que a companhia avalia participar como âncora do leilão de privatização da Sabesp e eventualmente buscar novos investidores financeiros estratégicos para o negócio. Perguntado sobre o assunto, Garcez afirmou que as estratégias de crescimento da Aegea são tomadas pela própria empresa e discutidas com todos os sócios, cabendo a Equipav apenas se preparar para, como empreendedor, apoiar a companhia.

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A Equipav tem mais de 60 anos e passou por uma reestruturação societária, concluída em 2010, que resultou na venda de vários negócios e a permanência de duas famílias em uma holding, que vem sendo reconstruída a partir de investimentos em saneamento, rodovias e infraestrutura hidroagrícola.

Os primeiros passos foram dados em saneamento em 2010, quando a Equipav arrematou a Prolagos, uma concessão de cinco municípios no Estado do Rio de Janeiro, e a Águas de Guariroba, em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul. Ambas foram incorporadas pela Aegea, criada em 2014. Em 2022, o grupo retomou o negócio de concessões em rodovias, que já havia operado no passado, por meio da criação da EPR, onde tem 50,1% e a gestora Perfin os demais 49,9%. No mesmo ano, fundou a Germina, um projeto de irrigação em 50 hectares para a agroindústria no estado da Bahia.

Garcez conta que esses negócios, quando maduros, ganharão a mesma estrutura da operação de saneamento, com criação de veículos de investimento para acesso ao mercado de capitais. A EPR tem em sua carteira a concessão de três lotes de rodovias estaduais em Minas Gerais e uma rodovia federal no estado do Paraná. “Começamos a crescer esse ano e o pipeline em rodovias é muito robusto”, disse.

Na Germina, Garcez diz que a Equipav opera sozinha, mas naturalmente, à medida que o negócio for ganhando musculatura o modelo de novos sócios deve ser replicado. “É natural que, como operadores de longo prazo, para construir ativos, haja busca de parceiros para suportar esse crescimento”, afirmou.

Este texto foi publicado no Broadcast no dia 09/04/24, às 13h25.

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