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Bastidores do mundo dos negócios

EDP Renováveis inaugura no Brasil seu maior complexo eólico

Empreendimento no RN tem capacidade para gerar energia suficiente para abastecer uma cidade com mais de 1,5 milhão de habitantes

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Monte Verde I-VI, a maior usina eólica da EDP Renováveis em operação  Foto: EDPR

Em um marco de sua expansão de portfólio, a EDP Renováveis (EDPR), subsidiária do grupo português EDP para geração de energia eólica e solar, inaugura nesta quinta-feira, 9, no Rio Grande do Norte o maior complexo eólico da empresa, considerando os 28 mercados em que atua. O empreendimento possui um total de 580 megawatts (MW) de potência instalada, com capacidade para produzir anualmente cerca de 3 mil gigawatts-hora (GWh), energia suficiente para abastecer uma cidade com mais de 1,5 milhão de habitantes.

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Com ele, a EDP Renováveis passa a ter mais de 800 MW instalados no Rio Grande do Norte e alcança 1,1 gigawatt (GW) de capacidade no País, um número que deve ser superado rapidamente. Isso porque a empresa tem atualmente em construção mais de 300 MW e deve iniciar em breve obras para cerca de 600 MW em novas usinas, portanto com vistas a atingir 2 GW em projetos eólicos e solares.

Instalado nos municípios de Lajes e Pedro Avelino (RN), o empreendimento é composto por 14 parques eólicos, divididos em três projetos: Monte Verde I-VI (com 320 MW, individualmente o maior da EDPR), Boqueirão I-II (80 MW) e Jerusalém I-VI (180 MW). No total, são 138 turbinas eólicas, fornecidas pela Vestas. O valor do investimento não foi informado.

Energia do complexo já foi comercializada

A energia a ser gerada pelas usinas será destinada a diferentes compradores. Parte foi comercializada em leilão de energia nova promovido pelo governo e será destinada a distribuidoras, parte foi vendida à Cemig e outra parcela foi negociada com a EDP Brasil, companhia que concentra outros ativos do grupo português no País, como usinas hidrelétricas, linhas de transmissão, distribuidoras e comercializadora.

“O desafio da transição energética obriga a termos funções conjuntas, portanto vemos sinergias entre o grupo [EDP Renováveis e EDP Brasil] na compra de energia como é o caso aqui... e estamos também em parceria em projetos que vamos começar este ano”, disse ao Broadcast Energia o administrador executivo da EDP Renováveis para a Europa e América Latina, Duarte Bello.

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O executivo se refere ao projeto Monte Verde Solar, que terá capacidade instalada de aproximadamente 200 Mwac (unidade de capacidade instalada para energia solar), a ser instalado na mesma região do complexo eólico do RN, e também à usina solar Novo Oriente, de 254 MWac, em São Paulo. Embora anunciados entre o fim de 2021 e o primeiro semestre do ano passado, esses projetos terão a construção iniciada este ano. Nos dois casos, a EDP Brasil é sócia no empreendimento, com 50% de participação.

“É um sinal que transição energética precisa ser feita com contributo de todos, é uma solução mais transversal”, disse.

Bello afirmou que potenciais novos projetos solares de grande porte a serem desenvolvidos pelo grupo EDP também devem ser feitos por meio da joint venture. A EDPR tem atualmente mais de 4,5 GW em projetos de energia solar a desenvolver no País, em diferentes fases de desenvolvimento.

Empresa tem projetos em diferentes fases de desenvolvimento

Afora isso, a empresa tem 3 GW de projetos eólicos, também em diversas fases de desenvolvimento. Nesse caso, porém, a opção atual é por um avanço independente da EDPR. No momento, a companhia prepara obras do projeto Catanduba, de aproximadamente 100 MW, no Rio Grande do Norte.

De acordo com o executivo, todos os projetos em construção ou previstos para iniciarem obras em 2023 já tiveram 100% de sua energia comercializada, três a quatro anos atrás. Portanto, possuem preços de venda melhores que os observados no mercado atualmente, quando o valor do megawatt-hora para entrega futura é pressionado pelas boas condições hidrológicas.

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A despeito de um cenário de preços desfavorável no momento para geradoras viabilizarem novos projetos, Bello indicou planos de expansão no País para os próximos anos. “O Brasil ensina-nos que as pessoas têm de estar atentas aos ciclos, têm de respeitar os ciclos, estar preparadas para fases em que é mais fácil vender, outras que é mais fácil financiar, ou construir, e temos de ir gerindo esses riscos de forma proativa. Fizemos isso nos vários projetos que temos e vamos continuar a fazer. O dia de hoje é mais desafiante, mas são ciclos.”

Investimentos do Grupo EDP no País devem somar R$ 18 bi

O executivo não revelou dados de aportes específicos da EDPR, mas informou que o plano de investimentos do grupo EDP para o Brasil prevê a aplicação de R$ 18 bilhões no País entre 2021 e 2025. “Tudo isso em projetos que têm a ver com transição energética, a maior parte para geração renovável - eólica e solar - e outra parte tem a ver com infraestrutura, como redes de transmissão, que também são complementos importantes para trazer a energia do Nordeste, por exemplo, para o Sudeste, portanto também fazem parte dessa transição energética que estamos a liderar em vários países”, disse.

Este texto foi publicado no Broadcast Energia no dia 08/02/2023, às 17h00

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