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Bastidores do mundo dos negócios

Eletrobras estuda alternativas para viabilizar saída da Emae

Empresa de energia tem 39% do capital da estatal paulista, que será privatizada

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A Henry Borden, em Cubatão (SP), é uma das quatro hidrelétricas operadas pela Emae Foto: DIV

A Eletrobras estuda alternativas que possam permitir seu desembarque da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), estatal paulista que será privatizada em leilão marcado para o dia 19. A companhia segue considerando sair do quadro de acionistas, mesmo após a tentativa frustrada de negociar com o governo paulista a inclusão de sua participação no pacote de venda no leilão. Agora a ideia é se aproximar dos potenciais interessados no ativo, de forma a deixar clara a visão que a empresa tem para a companhia privatizada.

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Apesar de sinais já dados de desinteresse pelo ativo e de preferência pela monetização, fontes próximas à Eletrobras dizem que ainda não há “martelo batido” dentro da empresa, e as alternativas seguem na mesa.

A Eletrobras é acionista minoritária importante da Emae, com 39% do capital total da estatal paulista. Pelo preço mínimo estipulado no edital de privatização, essa fatia pode render pelo menos R$ 761 milhões à companhia. O valor é muito próximo daquele a ser obtido pelo governo paulista no certame.

Âmbar desponta como uma das favoritas para o leilão

Após a publicação do edital, em 18 de março, e com a movimentação dos interessados ganhando força, a Âmbar, do grupo J&F, começa a despontar como uma das favoritas para o leilão da Emae, segundo fontes. Algumas empresas do setor de energia já teriam analisado e descartado a operação, caso de CPFL e Neoenergia. Outras, como a EDF, buscam parceria com algum fundo para avaliar se dão o lance ou não. Também estão olhando a operação nomes como a Auren e a chinesa CTG, de acordo com fontes.

Embora o preço mínimo indicado no edital seja considerado relativamente baixo, o ativo traz complexidades de gestão, como imóveis, usinas de pequeno porte e barragens, que afastaram alguns dos interessados. “É um ativo diferente e empresas de energia elétrica preferem aqueles que estejam prontos para operar”, disse uma fonte à Coluna. Além disso, barragem é um risco que alguns não querem tomar, acrescentou.

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A Âmbar, que não precisa tomar recursos no mercado, por conta do poder de fogo do grupo J&F, parece seguir com apetite por esse e outros ativos de geração. A companhia adquiriu, no ano passado, a termelétrica Candiota, da Eletrobras, acertou a compra da usina Araucária, da Copel, e está interessada em outros ativos térmicos colocados à venda pela Eletrobras. A aquisição da estatal paulista teria como vantagem agilizar eventuais futuras aquisições, pelo fato de a Emae já ser listada na B3.

Propostas devem ser apresentadas até o dia 15

As propostas pela Emae deverão ser apresentadas no dia 15 de abril, em sessão pública de recebimento dos envelopes na B3. A cerimônia de abertura das ofertas está prevista para quatro dias depois, após a análise de documentos de credenciamento e habilitação. Foram ofertadas ações detidas pelo Estado de São Paulo e pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), que correspondem a cerca de 40% do capital total da companhia. Com isso, a operação tem valor mínimo de R$ 779,815 milhões.

A Emae opera um sistema de geração de energia elétrica composto por quatro usinas hidrelétricas localizadas na Região Metropolitana de São Paulo, no Médio Tietê e no Vale do Rio Paraíba do Sul. Juntas, elas somam 960,8 megawatts (MW) de potência instalada e possuem contrato de concessão válido por mais 20 anos, aproximadamente, o que ajuda a atrair potenciais compradores.

Procuradas, as empresas citadas não se pronunciaram.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 02/04/24, às 15h59

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