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Bastidores do mundo dos negócios

Em processo de reestruturação, Via faz demissões no alto escalão

Entre as áreas afetadas está o banco digital da companhia, o banQi, que deve deixar de conceder empréstimos pessoais

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Foto do author Talita Nascimento
Atualização:
Dona das Casas Bahia e do Ponto Frio, Via amargou prejuízo de cerca de R$ 300 milhões no primeiro trimestre deste ano Foto: FELIPE RAU / ESTADÃO CONTEÚDO

Em processo de reestruturação, a Via vem demitindo nas últimas semanas pessoas em cargos do alto escalão. Entre as áreas afetadas está o banQi, banco digital da companhia que teve sua aquisição concluída em 2020. A operação já havia perdido o presidente André Calabro e agora passa pela dispensa de diretores, num movimento que pode resultar em perda de importância da área dentro da estratégia da companhia.

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As mudanças devem reverter o avanço do braço financeiro em empréstimos pessoais, serviço visto como importante frente de crescimento para o futuro da companhia. O banQi deve deixar de oferecer a modalidade.

Dados do primeiro trimestres mostram que o banQi somou um volume total de pagamentos de R$ 11,9 bilhões em todos os seus serviços, com alta de 6% frente ao mesmo período de 2022. A oferta de empréstimo pessoal por meio do banco digital acumulou, até aquele momento, R$ 584 milhões, com uma carteira de crédito de R$ 237 milhões. Os números do banco digital podem parecer pequenos frente à tradicional carteira do crediário da companhia, de R$ 5,4 bilhões, mas o banQi tinha importância na visão de futuro da companhia.

Mudança de rota e saída de executivos do braço financeiro

O serviço foi destaque da Via na divulgação de resultados do último trimestre. “Sua evolução gradativa se reflete em safras com qualidade e bons indicadores de inadimplência mês a mês (5,3% acima de 30 dias no trimestre)”. Ao fim da divulgação, porém, surgiu a informação da saída de Calabro. Ele deixou a empresa para assumir uma nova posição no BTG Pactual.

A saída do chefe do BanQi já havia sido a terceira perda recente no time de alto escalão da Via. A primeira foi em abril: Helisson Lemos, responsável pela divisão de marketplace da companhia e peça-chave na transformação digital da empresa. Depois, foi anunciada a saída do entao CEO, Roberto Fulcherberguer, que comandou o processo de virada da companhia. Ele foi substituído por Renato Franklin, ex-CEO da Movida, que chegou com uma proposta de maior diligência na alocação de recursos.

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Além dos diretores do banQi, foram demitidos um diretor de contabilidade corporativa e um diretor regional do Rio de Janeiro. Na alta chefia, foram dispensados o chefe de comunicação e ESG e a chefe da divisão de marketing e experiência do consumidor. A visão interna é de que os ajustes são necessários para enfrentar o momento macroeconômico. Com consumidores endividados e renda comprometida em um contexto de juros altos, é natural que o consumo seja prejudicado e, com isso, haja desequlíbrio entre a receita da companhia e o custo de carregamento das dívidas. No primeiro trimestre, a Via teve prejuízo de cerca de R$ 300 milhões. Em nota, a companhia afirma que “as mudanças fazem parte de uma reconfiguração estratégica de negócios com o objetivo de manter a eficiência operacional”.

Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 20/06/23, às 14h23.

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