O montante de captações feitas por empresas e governos no mundo com a emissão de títulos de dívida atrelados a compromissos de sustentabilidade deu um salto no primeiro trimestre. Foram US$ 235 bilhões, o que é um recorde, de acordo com o Bank of America (BofA), sendo US$ 111 bilhões relacionados ao meio-ambiente e US$ 82 bilhões ao social. Nos três primeiros meses de 2020, o número global estava em R$ 53 bilhões.
Com isso, o banco está revisando de US$ 650 bilhões para US$ 750 bilhões o total de captações estimado para este ano, entre greenbonds (aqueles em que os recursos são direcionados a projetos sustentáveis) e sustainability-linked bonds (SLB), que exigem que a companhia cumpra metas de sustentabilidade com abrangência sobre sua operação.
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O acréscimo de US$ 100 bilhões na projeção do BofA vem da expectativa de aumento nas emissões de SLBs, que mais têm atraído investidores e acabaram virando tendência. O BofA nota que os SLBs, por não terem os recursos carimbados e dedicados a um determinado projeto sustentável, são interessantes para empresas que estão em fase de transição de suas operações para um modelo sustentável, reduzindo o impacto de suas atividades no meio ambiente ou na sociedade.
No primeiro trimestre, os SLBs somaram US$ 9,5 bilhões, um número consistente se comparado aos US$ 16 bilhões dos anos de 2019 e 2020. O Brasil emitiu US$ 3,4 bilhões em greenbonds e SLBs no primeiro trimestre, 79% do que foi captado com tais instrumentos na América Latina.
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