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Bastidores do mundo dos negócios

Emissões brasileiras no exterior somam US$ 15,3 bi no ano e alcançam volume de 2023

Só nas duas últimas semanas de julho, Tesouro, Vale, Aegea e XP captaram US$ 3,8 bilhões

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Foto do author Cynthia Decloedt
Vale emitiu US$ 1 bilhão em 'bonds' de 30 anos no dia 25 de junho Foto: Daniel Teixeira/Estadão - 24/10/2023

Em duas semanas, Tesouro, Vale, Aegea e XP levantaram US$ 3,8 bilhões com emissão de bonds (títulos) no exterior, a partir de uma visão positiva para o juro norte-americano de 10 anos, e apesar de o cenário sobre corte de taxa nos Estados Unidos continuar incerto. Com isso, o acumulado de operações feitas por emissores brasileiros soma US$ 15,34 bilhões e encosta no total de US$ 16 bilhões em bonds emitidos em 2023.

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O ambiente favorável foi composto também pela liquidez ainda elevada no exterior, fazendo com que os fundos de crédito continuem recebendo recursos que precisam ser alocados, e o fato de os prêmios de risco para emissores brasileiros de melhor qualidade estarem em níveis mínimos.

O comportamento do juro norte-americano é a variável mais importante para emissores e investidores. Ao mesmo tempo, os papéis do Tesouro norte-americano de 10 anos são a principal referência no mercado de dívida, já que a maior parte das captações é feita nesse prazo.

Patamar adequado

Especialistas ouvidos pelo Broadcast explicam que existe uma percepção de que o ponto médio da curva futura do juro norte-americano, ou os papéis de 10 anos, estão em um patamar adequado às expectativas de que o banco central dos EUA (Federal Reserve, Fed) vai reduzir o juro, apesar de as discussões sobre o tema ainda estarem evoluindo.

“Do ponto de vista de fundamento, o debate está centrado no Fed, quando e em quanto o juro americano será reduzido”, disse o responsável pelo mercado de dívida no Citi Brasil, Alexandre Castanheira. Ele acrescenta que a expectativa é que o formato da curva possa mudar mais do que propriamente o nível das taxas entre 07 e 10 anos, que já precificam cortes.

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“Já estamos no preço considerado justo para o Treasury de 10 anos e não há muito espaço para arbitragem”, diz o responsável pela área de mercado de capitais de dívida do Bank of America Brasil (BofA), Caio de Luca. Ele afirma ainda que o BofA tem taxa entre 4% a 4,5% como valor justo para a Treasury de 10 anos e uma projeção de que o ano feche em 4,25%.

De 17 de junho, quando Aegea reabriu seus bonds 2031 e captou US$ 300 milhões, até o dia 27, quando XP levantou US$ 500 milhões em bonds de 5 anos, o juro do Treasury de 10 anos oscilou em torno de 4,20%.

Prêmio de risco mínimo

De Luca diz ainda que o prêmio de risco para emissores brasileiros com grau de investimento tocou em maio na mínima em cinco anos, de 154 pontos-base, e que desde então oscilou muito pouco para cima. “O prêmio está abaixo dos 250 pontos-base, que é a média desse período de cinco anos”, afirmou. Para os emissores que não estão na categoria grau de investimento, a tendência é a mesma, observou.

A expectativa daqui em diante é de que os emissores continuem olhando o mercado de forma “oportunística”, observando as janelas para captações com objetivos de gestão do passivo ou para condução dos negócios. Castanheira, do Citi, afirma que a perspectiva é que os emissores aguardem a divulgação dos balanços do segundo trimestre para captar, tentando fugir de eventual volatilidade ligada às eleições americanas.

De Luca, por sua vez, acredita que alguma nova emissão pode acontecer ainda em julho. No mês de agosto costuma haver menor atividade, por conta das férias de verão no Hemisfério Norte e uma grande janela normalmente se abre em setembro.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 01/07/24, às 17h11.

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