As empresas brasileiras podem levantar até US$ 4 bilhões por meio da emissão de títulos de dívida no exterior (bonds) entre setembro e o início de outubro, segunda maior janela do mercado de dívida lá fora. A previsão é do especialista de renda fixa do Santander Brasil, Miguel Diaz, que estima ainda um total de US$ 20 bilhões a US$ 22 bilhões em bonds emitidos este ano. Se confirmado, o número deverá superar em torno de 57% os US$ 14 bilhões levantados no ano passado e se aproximar de patamares normalmente captados pelas empresas anualmente no exterior.
“Estamos começando a reverter uma tendência de que durou mais de dois anos”, afirmou Diaz. Segundo ele, provavelmente cinco empresas latino-americanas devem anunciar captações já na semana que vem, após o feriado norte-americano do Dia do Trabalho (Labor Day). Entre elas, uma brasileira, cujo nome não revelou.
O maior fluxo de operações de emissores do Brasil está previsto para depois da reunião de política monetária do banco central norte-americano, nos dias 17 e 18 de setembro, na avaliação de Dias. Entre os potenciais emissores, há um estreante, acrescenta.
Combinação de fatores
Existe uma combinação de fatores alinhados que favorecem o acesso a recursos lá fora, de acordo com o executivo do Santander. Os prêmios de risco que os investidores exigem para adquirir os papéis de empresas brasileiras estão nos menores patamares em dois anos.
Ao mesmo tempo, prossegue Diaz, o aguardado corte de juros nos Estados Unidos é acompanhado de indicadores econômicos positivos. O executivo diz que a liquidez segue elevada no mercado de dívida e o índice VIX, um indicador do nervosismo do mercado, está nos menores patamares de cinco anos.
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 29/08/2024, às 15h20.
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