A retomada de estreias de novas companhias na bolsa brasileira, paradas desde agosto de 2021, escorregou para o segundo semestre. No começo de 2023, os bancos de investimento tinham a expectativa de que as operações fossem voltar em abril. Agora, já se fala em retomada a partir de julho. Isso se a crise de alguns bancos nos Estados Unidos, como o Silicon Valley Bank (SVB), e na Europa, como o Credit Suisse - que voltam a trazer preocupações -, não azedar de vez o humor dos investidores.
O diretor de um banco de investimento na Faria Lima afirma que havia um otimismo inicial de investidores estrangeiros com relação ao Brasil. Nos últimos dias, eles se retraíram e houve até reversão do fluxo na B3.
BRK poderia fazer oferta fora do País
Este ano, nenhum pedido de IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês) chegou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As duas operações em análise - CTG Energia e BRK Ambiental - foram interrompidas. A BRK estaria, inclusive, aberta a alternativas fora da bolsa brasileira.
Ano de 2023 pode ficar sem estreias
A incerteza sobre quando os juros começarão a cair no Brasil - e se vão parar de subir no exterior - também pesa no mercado de ações e ajuda a postergar projetos de aberturas de capital. As expectativas com relação ao sucesso das operações em julho, quando as empresas costumam captar recursos com dados do balanço do primeiro trimestre, ainda estão de pé. Porém, fatores como a discussão do novo arcabouço fiscal do Brasil, a meta de inflação e os bancos quebrando no exterior podem rapidamente mudar essa perspectiva.
Setores de energia e saneamento são principais candidatos a IPOs
Com vários projetos gigantes de concessão em andamento, os setores de energia e saneamento seguem como principais candidatos a reabrirem o mercado de IPOs. Por isso, além da CTG Energia e BRK Ambiental, circulam na Faria Lima nomes de potenciais estreantes na B3, como as concessionárias Aegea e Iguá.
No fim de 2022, quando a CTG Energia entrou com pedido para fazer uma oferta gigante, que poderia chegar a R$ 5 bilhões, a expectativa era que a operação fosse a mercado em janeiro. Mas, com o começo turbulento do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, as dúvidas sobre a agenda econômica e a crise da Americanas, a oferta foi adiada para abril. Agora, só mesmo para julho ou depois.
Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 15/03/2023, às 17h05
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