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Bastidores do mundo dos negócios

Ex-BK e RBI trazem Firehouse Subs ao Brasil com investimento de R$ 200 milhões

Expectativa é abrir a primeira loja da rede de sanduíches no País ainda este ano

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Foto do author Cristiane Barbieri
A Firehouse Subs tem mais de 1,2 mil unidades nos EUA, Canadá e Porto Rico Foto: RBI/Firehouse

Iuri Miranda, que comandou o Burger King no Brasil por 12 anos, e a Restaurant Brands International (RBI) estão trazendo a marca Firehouse Subs ao País, com investimento de R$ 200 milhões nos próximos três anos, a ser feito pela joint venture entre ambos. A ideia é fazer com que a rede de sanduíches chegue a 500 unidades entre lojas próprias e franqueadas e gere 10 mil empregos, num período de dez anos.

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A expectativa é que primeira unidade seja aberta ainda este ano, em São Paulo, num shopping a ser definido. “Há vários diferenciais na marca, mas o principal é estar na categoria de sanduíches (o que exclui hambúrgueres), um nicho no qual há pouquíssima presença de grandes redes”, afirma Miranda, de 56 anos, que além de sócio da joint venture assumirá o posto de CEO da Firehouse Subs.

O mercado inexplorado foi uma dos motivos para a decisão do investimento. Na categoria de restaurantes de serviços rápidos (QSR, na sigla em inglês), 30% do consumo é feito em padarias e lanchonetes que oferecem sanduíches. É a maior fatia do segmento, seguida por hambúrgueres, com 19%.

Fast food movimenta R$ 130 bi no País

Além disso, segundo a Euromonitor, o mercado de fast food movimentou R$ 130 bilhões no País no ano passado, sendo 32% desse total provenientes de padarias/lanchonetes. Detalhe: enquanto a projeção de crescimento das redes de fast food é de 9,8% entre 2022 e 2027, a área de padarias e sanduíches tem previsão de alta de 12%. Menos de 5% desse tipo de produto é atrelado a alguma marca de rede.

Segundo Thiago Santelmo, presidente da RBI International, a Firehouse Sub também tem se tornado líder em praças em que tem avançado, nos Estados Unidos e em outros países. A marca foi adquirida pela RBI por US$ 1 bilhão, em dezembro de 2021, dos irmãos Chris Sorensen e Robin Sorensen, dois ex-bombeiros que criaram a rede na Flórida, em 1994. Daí o nome “firehouse” ou “corpo de bombeiros”.

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Hoje são mais de 1,2 mil restaurantes nos EUA, Canadá e Porto Rico. No ano passado, chegou a México, Suíça, Emirados Árabes e Albânia, onde as operações estão em estágio inicial. A RBI é uma gigante global com faturamento superior a US$ 40 bilhões e presença em mais de 100 países. Tem mais de 30 mil restaurantes pelo mundo, das marcas Burger King, Popeye’s, Tim Horton e Firehouse Subs.

Parceria é antiga

Para levar adiante o negócio no Brasil, a RBI aproximou-se de Miranda, com quem havia trabalhado por anos. Sob sua gestão, o Burger King passou a ter de menos de 50 lojas para mais de mil no Brasil. O período de não competição do executivo, após sua saída como conselheiro da Zamp, franqueadora master de Burger King e Popeye’s no Brasil, havia acabado e os estudos sobre o novo negócio começaram a ser feitos há cerca de um ano.

“Em qualquer lugar do mundo - e especialmente no Brasil - é muito importante ter um operador de confiança”, diz Santelmo. “Conhecer o mercado local e ter experiência faz muita diferença.” A primeira joint venture da RBI no mundo foi exatamente a do BK no País, que tinha Miranda como sócio local.

Além das pesquisas de mercado, foram feitos testes dos sanduíches para o paladar brasileiro. Eles têm versões quentes e frias, de carnes como brisquet, pastrami, peperoni, peito de peru e almôndegas, além de opções vegetarianas. De acordo com Miranda, apesar de serem alimentos “premium”, o preço concorrerá com os das redes de fast food.

Fornecedores são locais

Como são produtos incomuns para o Brasil, também houve a necessidade de desenvolver fornecedores e maquinário. Segundo Miranda, como as carnes serão fatiadas nas próprias lojas para manter a suculência, era necessário comprar localmente local os cortadores de frios bastante específicos da marca, para evitar a suscetibilidade a oscilações cambiais.

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Além da joint venture com a RBI (os sócios não revelam a participação de cada um deles), Miranda também se tornará master franqueado para o País da Firehouse Subs, por meio da FHB (Firehouse Brasil). A ideia é testar o mercado num primeiro momento, para posteriormente partir para a venda de franquias. Mais do que abrir as primeiras lojas, o investimento será feito também na construção da marca, totalmente desconhecida no País.

“Quando a gente olha o mercado de hambúrgueres em 2010, ele é muito parecido com o de sanduíches hoje, com apenas um concorrente consolidado”, diz Miranda. “Houve uma evolução enorme, com o setor de sanduíches tendo potencial ainda maior.”

Marca atua junto a comunidades

Nos EUA, a Firehouse Subs tem como diferencial o suporte a comunidades locais, por meio da Firehouse Subs Public Safety Foundation. A entidade já destinou mais de US$ 80 milhões, desde sua fundação, a organizações de segurança pública, sobretudo a corpos de bombeiros e sociedade civil. Os recursos foram usados em equipamentos, treinamento e suporte aos “heróis das cidades”, segundo o site da fundação.

Na abertura da unidade na Suíça, foi doado um caminhão de combate a incêndios. De acordo com Miranda, a ideia é replicar o modelo no Brasil, com parcerias com a entidade ainda a serem estabelecidas.


Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 09/01/2025, às 15:00.

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