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Bastidores do mundo dos negócios

Ex-CEO da Rossi compra Yogoberry e vê expansão além da modinha dos frozen

Leonardo Diniz assumiu a rede de sorveterias em 2019

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Foto do author Circe Bonatelli
Lojas estão vendendo 30% mais, em média, do que antes da pandemia, afirma Diniz Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo

Com mais de 30 anos no mercado imobiliário, Leonardo Diniz é conhecido por ter presidido uma das maiores incorporadoras do País, a Rossi Residencial, e fundado com sócios a empresa de investimentos em startups da construção Potato Valley, além da consultoria Oakwood Real Estate. O que pouca gente sabe é que ele entrou mais recentemente em um ramo que não tem nada a ver com tijolos: o de sorvete de iogurte.

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Sem fazer alarde, o empresário comprou a Yogoberry em 2019. A rede de franquias fundada em 2007 por Un Ae Hong (ex-comissária da Varig), Marcelo Bae (administrador) e Jong Ae Hong (nutricionista) despontou como a principal marca do segmento, chegando a ter 140 lojas em 2011. Só que a expansão rápida não se mostrou sustentável e dezenas de lojas fecharam, sobrando só 26, quando ele as adquiriu.

Os problemas foram os impactos da crise econômica e as dificuldades na gestão das lojas, situação recorrente no universo de franquias e franqueados. Mas também ficou o gostinho de que, talvez, o sorvete de iogurte não passasse de uma moda, como foi o caso das paletas mexicanas, que “explodiram” e “derreteram” mais ou menos na mesma época.

Consumidores valorizam produtos de qualidade e saudáveis

Na visão de Diniz, o declínio da Yogoberry se deveu mais à onda de aberturas de lojas sem estudos de viabilidade adequados, do que à queda no interesse dos consumidores. “Muito pelo contrário. Cada vez mais os consumidores valorizam a qualidade do produto e a pegada saudável”, afirma, citando a combinação de sabor atrativo com baixas calorias.

O plano da rede para 2024 é chegar a 50 lojas em shoppings, com faturamento na ordem de R$ 50 milhões, o dobro de 2023. Atualmente há 29 unidades em operação na região metropolitana e interior de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Desse total, sete são lojas próprias e o restante, franqueados.

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Há mais sete pontos em fase de implantação, o que levará a rede de volta para o Nordeste. A abertura de uma loja da Yogoberry custa de R$ 400 mil a R$ 500 mil, enquanto um quiosque sai por cerca de R$ 250 mil, ambas as opções com retorno previsto em até 36 meses.

O Brasil está entre os primeiros colocados em consumo de alimentos saudáveis no ranking global, movimentando US$ 35 bilhões por ano, de acordo com pesquisa da Euromonitor. Esse é um indício de que há espaço para investir no mercado de iogurtes, segundo Diniz. Ainda mais se tratando de uma marca que conserva apelo junto ao público. “Guardadas as proporções, a Yogoberry está para frozen de iogurte como a Bombril está para palha de aço.”

A entrada de Diniz no negócio se deu por meio do cunhado, Gustavo Val, hoje diretor da companhia. À época, ele tinha apenas um ponto no Morumbi Shopping e temia que a loja fosse forçada a fechar as portas com as outras. Foi então que convidou Diniz para ser sócio na unidade. O ex-Rossi gostou e acabou comprando a rede (o valor não foi revelado).

Sob nova direção, um modelo diferente de negócio

Sob nova direção, o grupo chamou os franqueados remanescentes (eram cerca de uma dezena) e negociou a renovação dos contratos por mais cinco anos, recalibrando também o valor dos royalties pagos à franquia, cujos valores estavam descontados.

Além disso, o tamanho médio das lojas foi reduzido pela metade (para cerca de 40 metros quadrados) de modo que o aluguel nos shoppings fosse mais proporcional ao volume de vendas. Por fim, o grupo entrou em contato com as operadoras de shoppings para apresentar o novo plano de negócio e garantir espaços e condições mais atrativos para os novos pontos.

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A nova direção se empenhou ainda em lançar novos produtos. Entraram no cardápio uma linha de bebidas geladas, um brioche recheado de sorvete e, em breve, virão frozens combinados com gim e itens com wheyprotein para agradar o público da malhação. A renovação tem ajudado. Em médias, as lojas têm vendido 30% mais do que no período pré-pandemia, com recuperação da rentabilidade. “Antes, muitas lojas estavam deficitárias”, diz Diniz.

A Yogoberry abriu recentemente um braço de eventos, com carrinho móvel, e está arquitetando um serviço para atender comemorações familiares e corporativas. Também colocou de pé um serviço de entrega, que antes de 2019 não existia e hoje representa em torno de um quinto das vendas.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 03/11/23, às 12h18

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