Rio - A Tim vai aumentar o uso de inteligência artificial na manutenção de sua rede. O processo de migração do modelo reativo, em que falhas acontecem e são corrigidas por uma equipe enviada a campo, tem dado lugar à chamada “manutenção preditiva”, em que uma série de softwares artificialmente treinados reconhecem equipamentos prestes a colapsar e acionam alarmes permitindo o conserto remoto ou envio de técnicos antes da ocorrência. Para os mais antigos, trata-se de uma versão do filme “Minority Report” da telefonia.
Iniciado em maio de 2024 para atendimento ao cliente e manutenção de equipamentos, esse processo já alcançou 100% da rede móvel e, até o fim de 2025, vai chegar à chamada “core network” e à rede de transporte da companhia. Em poucas palavras, o “core” é onde se encontram antenas e torres de maior porte, responsáveis pelo roteamento e chaveamento de informações. Já a rede de transporte é onde os dados circulam entre o core e a rede móvel.
Segundo o vice-presidente de tecnologia da TIM, Marco di Constanzo a redução de custos operacionais com a adoção de IA para manutenção está entre 17% e 20% e deve aumentar ainda mais com a sua expansão. Depois, a TIM ainda prevê aplicá-la na gestão do uso de energia da companhia, mas ainda haveria pelo menos uma centena de aplicações possíveis.
Mais falhas são resolvidas
“A IA tem trazido eficiência de custos porque permite soluções remotas, menos onerosas do que disparar equipes, e também porque mesmo as intervenções em campo, se planejadas, são bem menos custosas do que as reativas. Se o técnico já tem um roteiro de intervenções, é melhor reagir aos problemas regularmente. Isso nos dá uma taxa maior de falhas resolvidas”, diz o executivo.
Todo o desenvolvimento do algoritmo do motor cognitivo foi feito pela TIM. Segundo a companhia, o grau de assertividade do modelo de manutenção por IA chega a 85%, o que é verificado por um grupo de controle de equipamentos. A eficácia está ligada à capacidade do algoritmo em analisar grandes volumes de dados, automatizar tarefas repetitivas e oferecer insights em tempo real.
Já a taxa de conversão de manutenções reativas em preditivas, ou seja, o número de consertos que mudaram de natureza, está hoje entre 15% e 18%. Di Constanzo não abre o investimento feito nessa frente, mas lembra que a italiana investe de R$ 4,5 bilhões a R$ 4,7 bilhões por ano no Brasil, sendo 80% disso em infraestrutura, onde se encaixa a despesa com IA.
Atendimento ao cliente
No atendimento ao cliente, a assistente virtual Tais (sigla de TIM Artificial Intelligence System) tem tido 76% de assertividade, sem atendimento humano, na compreensão do contexto de conversas em chatbots, oferecendo respostas mais humanizadas. Desde sua implementação, em 2020, a Tais já teve mais de 158 milhões de interações.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 14/01/2025, às 11:31.
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