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Bastidores do mundo dos negócios

Fundo da XP faz captação recorde de R$ 1,8 bilhão para aquisição de shoppings

Pessoas físicas ficaram com a maioria (65%) das cotas; estrangeiros compraram 26% e institucionais com 9%

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Foto do author Circe Bonatelli
Atualização:
Cidade São Paulo, na avenida Paulista, é um dos seis shoppings que pertenciam à Syn (antiga Cyrela Commercial Properties) e que será comprado com os recursos da captação recorde do XP Malls Foto: Taba Benedicto/Estadão

O fundo de investimento imobiliário XP Malls (XPML11) concluiu a décima primeira emissão de cotas, na qual levantou R$ 1,8 bilhão, a maior captação já realizada de uma só vez nesse segmento. O dinheiro será usado, principalmente, para aquisição de shopping centers.

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Nesta emissão, as pessoas físicas ficaram com a maioria das cotas, mas os institucionais tiveram participação em peso. Dados da B3 mostraram que 65% das cotas ficaram com pessoa física, 26% com investidores estrangeiros e os 9% com outros fundos de investimentos, entidades de previdência privada e demais pessoas jurídicas.

A atração de investidores pela XP - desde pessoas físicas até jurídicas - aconteceu a despeito das incertezas da economia brasileira nas últimas semanas, com a piora das contas públicas e fatores do exterior pressionando o ciclo de queda dos juros. O resultado positivo é um sinal de amadurecimento da indústria como um todo, no qual a XP vem ganhando participação, na avaliação do gestor de fundos imobiliários da XP, Pedro Carraz.

“O tamanho da captação foi possível porque estamos falando de um fundo com ativos reconhecidos, grande porte e liquidez, que atrai também os investidores institucionais.”

O XP Malls emitiu um total de 15,5 milhões de cotas, o que representa todo o lote principal mais metade do lote suplementar. A cota saiu a R$ 115,97, sendo R$ 112 o valor de emissão mais R$ 3,97 de custos de estruturação. Na Bolsa, o papel é negociado na faixa de R$ 116.

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Desde 2017, a XP vem reforçando a sua área de distribuição, que atende desde fundos da casa como de terceiros, acompanhada de um trabalho de curadoria, disse Leon Goldberg, sócio responsável por fundos de investimento . “Estamos escolhendo bem o que vamos distribuir aos clientes”, destacou.

O esforço deu resultado e ajudou a casa a ganhar musculatura no setor. De acordo com dados da Anbima, a XP respondeu por cerca de 50% de toda a distribuição de fundos imobiliários da indústria nos últimos 12 meses até março. Com as captações mais recentes, a casa atingiu R$ 20 bilhões em ativos sob gestão no segmento.

No caso do XP Malls, foram quatro emissões de cotas nos últimos 12 meses (contando com essa) que totalizaram captações de R$ 3,8 bilhões. Com isso, o fundo dobrou de tamanho no período, chegando a um patrimônio de R$ 6,2 bilhões - o maior fundo de tijolos em Bolsa.

Nessa jornada, as captações foram voltadas tanto ao público em geral quanto para investidores profissionais, ou seja, atraindo uma parcela relevante de instituições para o fundo. Pouco mais de 20% das cotas já estão nas mãos de gestoras de recursos, fundos de pensão, family offices, entre outros. Mais recentemente, o setor tem atraído investidores estrangeiros através de fundos de índice ou ETFs (sigla da expressão em inglês Exchange Traded Funds).

Fundo da XP compra shoppings da Syn e participa da compra do RioSul

O dinheiro da captação será destinado, na sua maior parte, para pagar a aquisição de participações em seis shopping centers que pertenciam à Syn (antiga Cyrela Commercial Properties). O pacote inclui ativos de peso, como o Cidade São Paulo, na Avenida Paulista, e o Grand Plaza, principal de Sandro André. A transação com a Syn foi fechada em fevereiro pelo valor de R$ 1,8 bilhão, sendo que, deste total, R$ 300 milhões foram pagos no ato e outros R$ 1,5 bilhão ainda serão desembolsados.

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Outra parte está reservada para futuras aquisições. O alvo é o RioSul, shopping dominante na capital fluminense. Conforme antecipou a Coluna do Broadcast, a XP está integrando um consórcio junto com Allos, BTG Pactual, Capitânia e Vinci para compra de 54% de participação nesse shopping no valor de R$ 1,1 bilhão a R$ 1,2 bilhão, segundo fontes de mercado. A XP não comenta esse caso.

O montante captado pelo XP Malls será usado ainda para expansão e retrofit de outros shoppings que já fazem parte do fundo, bem como para otimização da estrutura de capital via pagamento de dívidas.

Esta reportagem foi publicada no Broadcast+ no dia 02/05, às 18h12.

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