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Bastidores do mundo dos negócios

Fundo de pensão dos EUA alerta para ‘investimento responsável’ após caso Americanas

O Teachers Insurance and Annuity Association of America (TIAA) zerou sua participação na varejista após revelação do rombo de R$ 20 bi

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Foto do author Aline Bronzati
Atualização:
Americanas pediu recuperação judicial após revelação de rombo de R$ 20 bilhões Foto: Pedro Kirilos/Estadão Conteúdo

O Teachers Insurance and Annuity Association of America (TIAA), um dos maiores fundos de pensão de professores dos Estados Unidos, acaba de publicar um estudo que mostra a maior preocupação dos investidores norte-americanos com a postura das empresas quanto às práticas de Responsabilidade Ambiental, Social e Governança (ESG, na sigla em inglês). O alerta vem após o fundo de pensão praticamente zerar a sua participação na Americanas em meio à crise de credibilidade da rede de varejo.

Pesquisa feita pela gestora americana Nuveen, com sede em Nova York e responsável pelas operações do TIAA, mostra que mais de 80% dos investidores norte-americanos cobram uma melhor comunicação com empresas quanto aos riscos e oportunidades ao se enquadrarem em “investimentos responsáveis”.

TIAA detinha 6,05% da varejista até o estouro da crise

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O recado é claro. O mesmo levantamento aponta ainda que 73% dos entrevistados alegam que têm mais propensão e investir em grupos que compartilham da sua estratégia para gerenciar de forma efetiva os fatores relacionados à pauta ESG.

As conclusões são parte da 7ª Pesquisa de Investimento Responsável da Nuveen, cujo objetivo é avaliar o comportamentos dos investidores em relação ao investimento responsável. Nesta edição, mais de mil norte-americanos foram entrevistados. Os participantes detêm ao menos US$ 100 mil para investir, sem levar em conta ativos de aposentadoria ou moradia, e cerca de metade tem fundos que levam à risca as questões de ESG. O índice de confiança da pesquisa é de 95%.

A mais nova edição do levantamento da Nuveen é publicada poucos dias antes de a crise a Americanas, deflagrada em 11 de janeiro, completar um mês, nesse que já se tornou um dos casos mais emblemáticos de escândalo ESG na governança de empresas brasileiras.

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Foi também por meio da gestora que o TIAA decidiu reduzir sua exposição à varejista, realizando o prejuízo em meio à derrocada das ações da varejista na B3, a bolsa brasileira. Em um mês, os papéis amargam perda de mais de 80%.

O fundo de pensão norte-americano detinha 6,05% da Americanas até o estouro da crise, participação que foi reduzida até chegar a 0,14%. O movimento veio na esteira da constatação de R$ 20 bilhões em inconsistências contábeis na companhia, no início de janeiro. Com US$ 1,1 trilhão, a Nuveen opera em 27 países.

Gestora reforça importância de comunicação transparente

O chefe global de investimento responsável da gestora, Amy O’Brien, reforça a importância de uma comunicação transparente junto aos investidores. “Embora muitos investidores estejam interessados no impacto positivo do investimento responsável na sociedade, o processo de gerenciamento dos principais fatores ESG também deve se concentrar diretamente na mitigação de impedimentos críticos ao desempenho da empresa”, avalia, em nota.

A pesquisa da Nuveen indica ainda que a volatilidade dos mercados, com o aumento de juros nas principais economias para conter a inflação elevada, faz com que quase três terços dos entrevistados priorizem mais a mitigação de riscos em seus portfólios de investimentos.

Procurado pelo Broadcast sobre o caso Americanas, o TIAA nunca se manifestou oficialmente.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 06/02/2023, às 14h55

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