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Bastidores do mundo dos negócios

Fusões e aquisições no Brasil caem 11,8%, mas superam pares globais

Foram 661 transações anunciadas no primeiro semestre deste ano

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Foto do author Altamiro Silva Junior
O diretor da Kroll Alexandre Pierantoni diz que, apesar da queda de fusões e aquisições no primeiro semestre no Brasil,o País ficou melhor do que outras regiões Foto: Ivan Almeida

As fusões e aquisições (M&A, em inglês) caíram no Brasil no primeiro semestre, somando 661 transações anunciadas no período, redução de 11,8% na comparação com o mesmo período de 2022. Esses negócios movimentaram R$ 65 bilhões, de acordo com números que acabam de ser fechados pela consultoria Kroll. Em junho, o ambiente de negócios começou a mudar, mais empresas foram no mercado captar recursos e a expectativa é que ocorra uma recuperação nos próximos meses. Assim, a expectativa é que 2023 ao menos empate com o ano passado, quando foram feitas 1.600 operações de M&A.

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O diretor da Kroll, Alexandre Pierantoni, observa que o Brasil, apesar da queda dos negócios no primeiro semestre, foi melhor que em outras regiões. Nos Estados Unidos, as fusões e aquisições caíram 15% em número de negócios e na América Latina recuaram 33%, em meio a juros altos, alta incerteza econômica e geopolítica. “O Brasil já está em uma curva de melhora. As fusões chegaram a cair 18% nos primeiros meses deste ano.” A perspectiva de queda dos juros, avanço do arcabouço fiscal no Congresso e a possibilidade de aprovar a reforma tributária estão entre os fatores que ajudam a melhorar a confiança de empresários, afirma Pierantoni.

O maior negócio anunciado no primeiro semestre foi a venda, em março, da Aesop pela Natura para a L’Oreal por uma valor estimado em R$ 13 bilhões. Já entre os negócios mais recentes, houve no final de junho a venda da fintech Pismo para a Visa por R$ 5,2 bilhões, a terceira maior operação do ano no ranking geral de M&A da Kroll.

Tecnologia, serviços financeiros e de saúde lideraram em números de negócios

Em termos de setor, o de tecnologia foi o com maior números de negócios no primeiro trimestre, respondendo por 17,5% das operações. Em seguida, aparecem os serviços financeiros, com 14,8%, e o de saúde, com 6,1%. “Não há uma concentração setorial forte, o que é positivo”, disse o executivo da Kroll. Investidores estratégicos, que têm perfil mais de longo prazo, responderam por 65% das operações.

Nas últimas semanas, várias empresas foram a mercado para fazer ofertas subsequentes de ações (follow-on), movimentando perto de R$ 9,2 bilhões. Novas ofertas, como a da BRF e da MRV estão a caminho. Pierantoni acredita que mais operações vão aparecer no mercado no segundo semestre e o volume deste ano pode chegar a R$ 30 bilhões, mais do que os R$ 22 bilhões do ano passado. Embora as operações estejam mais destinadas para reduzir dívidas, Pierantoni ressalta que o mercado de capitais ativos também estimula as fusões e aquisições.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 04/06/23, às 12h34.

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