EXCLUSIVO PARA ASSINANTES
Foto do(a) coluna

Bastidores do mundo dos negócios

Grupo da transição e Petrobras discutem política de preços de combustíveis

Reunião prosseguirá nesta terça-feira e tratará do Plano Estratégico da petroleira

PUBLICIDADE

Publicidade
Governo eleito deve ampliar e alterar plano estratégico divulgado pela Petrobras Foto: REUTERS/Sergio Moraes/File Photo

O grupo de trabalho de Minas e Energia da transição de governo esteve reunido com executivos da Petrobras por quase duas horas na manhã desta segunda-feira, 5. As partes trataram, exclusivamente, da política de preços de combustíveis da companhia, disseram fontes a par do encontro.

PUBLICIDADE

Foi acordado que a reunião vai continuar na manhã de hoje, 6, quando a pauta principal será o Plano Estratégico da companhia. Na semana passada, a Petrobras apresentou Plano com previsão de US$ 78 bilhões em investimentos para os próximos cinco anos, o que deve ser alterado e ampliado pela próxima gestão sob o governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Pela Petrobras, o principal anfitrião foi o diretor de Comercialização e Logística, Cláudio Mastella, que estava acompanhado de gerentes de área e da advogada geral da Petrobras, Taisa Maciel. Taisa é quem lidera a missão de transição por parte da atual gestão da Petrobras. Pelo governo eleito, estiveram no encontro o coordenador do grupo focal de petróleo e gás, senador Jean-Paul Prates (PT-RN), e membros da Transição, entre os quais o professor Maurício Tolmasquim e a ex-diretora geral da ANP, Magda Chambriard.

Formação dos preços é um dos temas mais sensíveis da transição

Na reunião, os executivos da Petrobras apresentaram o atual método de precificação dos combustíveis em refinarias da estatal. Segundo fontes, foi exposto que o mecanismo teria sido ajustado ao longo de 2022 para não passar de imediato a volatilidade das cotações internacionais do petróleo e derivados ao mercado doméstico, ainda que sem prejuízo à companhia. Mesmo assim, seria uma mudança com relação ao que foi feito entre 2016 e 2021, quando houve maior alinhamento ao preço de paridade internacional (PPI).

O tema é dos mais sensíveis da transição, visto que, desde 2016, a Petrobras adota o PPI, parâmetro baseado na cotação internacional do petróleo, câmbio e custos de frete e seguro de carga. Com a volatilidade do preço do petróleo, sobretudo desde o início da guerra na Ucrânia, os preços domésticos dos derivados escalaram, gerando sucessivas crises entre o comando da Petrobras e o governo Jair Bolsonaro, que trocou presidentes e conselheiros e pressionou por mudanças na política de preços, a fim de aplacar a inflação.

Publicidade

Novo governo já sinalizou que haverá mudanças na metodologia

O governo eleito é contra o alinhamento total e automático dos preços nacionais ao PPI. Membros da transição já indicaram que haverá mudanças na metodologia de precificação da empresa. Um dos cotados para assumir a presidência da estatal, Prates já disse que formação de preços de combustíveis em geral é prerrogativa de governo e que a Petrobras deverá se adaptar para se manter competitiva. Ele negou grandes intervenções, como controle direto do preço da gasolina e do diesel.


Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 05/12/2022, às 13h42

O Broadcast+ é uma plataforma líder no mercado financeiro com notícias e cotações em tempo real, além de análises e outras funcionalidades para auxiliar na tomada de decisão.

Para saber mais sobre o Broadcast+ e solicitar uma demonstração, acesse.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.