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Bastidores do mundo dos negócios

Grupo Educacional Oswaldo Cruz leva imóveis a leilão para evitar falência

Propriedades na Barra Funda, em São Paulo, são avaliadas em R$ 104 milhões

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Foto do author Circe Bonatelli
Grupo educacional entrou em recuperação judicial após acumular dívidas de R$ 63 milhões Foto: Marcio Fernandes/AE - 02/03/2009

O centenário Grupo Oswaldo Cruz está levando a leilão um conjunto de oito imóveis, na Barra Funda, em São Paulo, avaliados em R$ 104 milhões. As vendas servirão para o pagamento de credores dentro de um plano de recuperação judicial, evitando a falência da companhia.

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O lote abrange casas, sobrados, predinhos, um armazém e terrenos espalhados pelas ruas Conselheiro Brotero e Brigadeiro Galvão, na região central de São Paulo, nos arredores da faculdade do grupo, cujo prédio não faz parte do leilão. A oferta deve atrair o interesse de incorporadoras, pois se trata de uma região movimentada, perto das estações Marechal Deodoro e Barra Funda do Metrô, onde há diversos prédios sendo erguidos.

O leilão ocorrerá em primeira rodada no dia 9 de outubro, quando serão aceitos lances iguais ou superiores ao valor da avaliação. Se não houver compradores, um segundo leilão será feito em 24 de outubro, quando os imóveis poderão ser arrematados com lance até 15% abaixo do valor original. O certame está sob responsabilidade da Mega Leilões.

Desde 1914

A liquidação do patrimônio é um capítulo duro para o centenário Grupo Educacional Oswaldo Cruz. A instituição surgiu em 1914 como um ginásio de curso primário. Nas décadas seguintes, passou a oferecer cursos técnicos e ingressou no ensino superior, começando pela graduação em Química. Mais tarde vieram Física, Matemática, Letras, Pedagogia, entre outros. Chegou a ter mais de 3 mil alunos.

Veio então a recuperação judicial, após acumular dívidas de R$ 63 milhões. A crise se instaurou de vez na pandemia, quando a instituição de ensino perdeu metade dos alunos e a inadimplência disparou. Antes disso, porém, a situação não era boa. Em seu plano de recuperação, o grupo alega que sua operação não seguiu as “exigências capitalistas liberais” do mercado de educação, “dominado por fundos de investimento que canibalizam o ensino” e tratam as aulas como commodities.

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Agora, a venda dos imóveis servirá para dar um respiro ao caixa. O dinheiro vai fazer frente à folha de pagamentos dos professores e dos demais funcionários, bem como investimentos necessários em ensino e pesquisa. Há, também, planos de expansão das atividades com vistas a se tornar uma universidade sem fins lucrativos e com inclinação judaico-cristã.

Plano foi aprovado em julho

O plano de recuperação foi aprovado pelos credores em julho do ano passado. Nesse processo, a administração geral da instituição foi transferida para a consultoria em gestão empresarial Corbacho, em meio a uma disputa com o grupo familiar que herdou o espólio de Maria Teresa Quirino Simões, filha do fundador da faculdade e falecida um ano antes. O processo de recuperação corre na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. Procurado, o Grupo Oswaldo Cruz não retornou ao pedido de esclarecimentos.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 13/09/2024, às 10h49.

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