
A HBR Realty, empresa de propriedades comerciais da família Borenstein, dona da incorporadora Helbor, vai inaugurar sete centros de conveniência em São Paulo até o ano que vem. A companhia tem como estratégia desenvolver zonas comerciais nos térreos de edifícios comerciais e residenciais, com varejo para o público do bairro, como redes de mercado, farmácia, academia, petshop, restaurantes e afins. Esse ainda é um mercado pouco explorado de forma organizada na cidade. A HBR tem 36 centros comerciais funcionando, sob a marca ComVem. Ao todo, somam 43,5 mil metros quadrados, área proporcional à de um shopping inteiro. A empresa vê potencial para evoluir no segmento e chegar a 90 mil metros quadrados até 2030.
A criação de fachadas ativas no lugar de fachadas com recuo e portarias isoladas na frente das calçadas se tornou uma obrigação dos novos prédios na capital paulista desde a revisão anterior do Plano Diretor. No entanto, as incorporadoras não dominam ou não têm muito interesse no ramo. E aí que a HBR atua. A companhia cultiva parcerias com Helbor, Cyrela e Cury, entre outras, para ficar com os espaços térreos dos seus empreendimentos.
“A estratégia andou muito com esse Plano Diretor. A fachada ativa é um extra para o incorporador, mas não muito bem explorada. Nossa tese tem esse diferencial de criar um centro de conveniência”, conta o diretor financeiro e de relações com investidores, Alexandre Dalpiero de Freitas. “É um produto que a maioria não sabe explorar. Aí buscamos levar nosso conhecimento”, diz, relembrando que a HBR também é dona e administradora de shopping centers.
Ocupação média está em 85%
Das sete inaugurações, quatro ocorrerão em 2025 e três em 2026. Neste ano, surgirão novos ComVem no Jardim Paulista, Pinheiros, Osasco e Vila Andrade. Ao todo, eles somam 7,2 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol. Em 2026, as unidades ficarão na Vila Nova Conceição (dois) e na Vila Clementino, agregando mais 6,5 mil metros quadrados.
A HBR abriu em janeiro o seu maior ComVem, com 7 mil metros quadrados, dos quais 94% já alugados desde o início, com lojas como Havanna, Kopenhagem e Café do Ponto. A próxima abertura será em Pinheiros, na esquina das Ruas Teodoro Sampaio e João Moura, com 80% do espaço já locado. Considerando todas as 36 unidades no portfólio, a ocupação média está em 85%.
“O momento é desafiador para o varejo, dado o cenário econômico, mas temos encontrado uma ótima receptividade dos lojistas”, relata o diretor de operações, Alexandre Bicudo. Nas locações, a HBR tem oferecido algumas flexibilidades pontuais, como descontos e carência, mas nada diferente da praxe do mercado, dizem os executivos. Onde a demanda está mais aquecida, como Pinheiros, já se prevê a cobrança de luvas. A HBR obteve uma receita de R$ 14 milhões em 2024 com aluguéis de lojistas dos centros de conveniência. O aluguel nas mesmas lojas subiu 9,8% no quarto trimestre.
Empresa vislumbra possibilidade de vendas
Apesar do ciclo de crescimento, o estágio atual da rede de conveniências ainda é bem menor do que o plano inicial de atingir 100 unidades até 2025, conforme anunciado pela HBR na época da oferta de ações em Bolsa. O plano foi revisto devido às oscilações da economia brasileira, com sobe e desce dos juros no período. “Olhamos projeto a projeto para analisar o melhor destino do capital”, citou Dalpiero.
No futuro, a HBR vislumbra a possibilidade de vender os centros de conveniência para algum fundo imobiliário, utilizando os recursos para abater a dívida e realizar novos investimentos. No momento, não há previsão de quando isso ocorrerá, pois os juros altos espantam investidores e pressionam para baixo o preço dos imóveis. “Tendo uma janela de mercado, podemos considerar colocar a operação na mesa”, diz o diretor financeiro.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 20/03/2025, às 15:02.
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