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Bastidores do mundo dos negócios

Investigação na Americanas deve ser ampliada diante de indício de fraude

Comitê vai verificar também o grau de envolvimento de diversos níveis da administração

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Americanas pediu recuperação judicial após informar rombo de R$ 20 bilhões Foto: Pedro Kirilos/ Estadão Conteúdo 

As investigações para elucidar o rombo de R$ 20 bilhões na Americanas podem levar mais tempo do que o comitê independente, criado pela empresa, inicialmente acreditava, avaliam fontes ouvidas pela Coluna. O grupo foi formado para verificar a ocorrência de eventual fraude contábil nos balanços da Americanas em operações de crédito a fornecedores, também conhecidas por risco sacado, a partir de recebíveis da empresa. De acordo com uma das fontes, há fortes indícios de prática de fraude e, por esse motivo, será preciso verificar a extensão dos atos praticados.

”Não restam muitas dúvidas sobre a ocorrência de fraude”, disse o interlocutor. As indicações são também de que tais inconsistências contábeis eram praticadas há vários anos. Segundo a fonte, “entre sete e oito anos”. Por isso, deve ser necessário mais tempo para aprofundar as investigações, verificar se não foram praticadas fraudes de outras naturezas e o grau de envolvimento de diversos níveis da administração. Dessa forma, há a possibilidade de que se arrastem por vários meses.

Independência de membros do comitê foi alvo de questionamento

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O comitê independente é presidido pelo advogado Otavio Yazbek, e composto ainda por Vanessa Lopes, integrante do comitê e do conselho de administração da Americanas, e Eduardo Flores. Os membros do comitê contam com a assessoria do escritório Maeda, Ayres & Sarubbi e da empresa EY.

Nas últimas semanas, surgiram questionamentos à independência de dois membros: de Yazbek, por haver atuado como advogado do comitê independente da B2W, na operação entre Americanas e B2W, e de Lopes, por ser, desde 2020, integrante do Comitê de Auditoria e do Conselho de Administração das Americanas. Na semana passada, em manifestação à imprensa, o comitê refutou tais questionamentos.

Administrador judicial eleva valor de dívida envolvida na recuperação

Após uma primeira iniciativa de cobrança feita pelo BTG, a Americanas pediu recuperação judicial em 19 de janeiro, envolvendo dívidas perto de R$ 42 bilhões. Na quarta-feira (1), o administrador judicial do processo da empresa afirmou haver, em primeira análise, um montante de R$ 47,9 bilhões em créditos contra a varejista. A diferença de R$ 6,67 bilhões reflete, segundo a Americanas, dívidas feitas entre empresas do grupo. Outros credores têm tomado iniciativas paralelas para rever seus créditos, inclusive com a apresentação de pedidos de busca e apreensão de arquivos e documento da empresa.

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Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 02/02/2023, às 16h57

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