Um perito vai examinar o prejuízo que os donos do frigorífico Mataboi estão cobrando da JBS na Justiça. O Mataboi foi vendido em 2014 para a JBJ, do empresário José Batista Júnior, o mais velho dos irmãos Batista, também conhecido como Júnior Friboi. O valor poderia ultrapassar R$ 1 bilhão, pelos cálculos de pessoas que acompanham o caso, mas a juíza Marian Najjar Abdo, do Tribunal de Justiça de São Paulo, quer provas documentais e periciais.
O argumento da família Dorazio, antiga controladora do Mataboi e autora do processo, é que a JBS recorreu a práticas concorrenciais predatórias para derrubar ilicitamente o valor da empresa, graças a benefícios obtidos junto ao governo. Após tornarem o negócio inviável, arremataram-no, causando perdas à família.
O argumento dos ex-donos do Mataboi se baseou em declarações feitas por Wesley e Joesley Batista, na delação premiada que ficou pública em 2017. Na sentença, a juíza disse ainda não ser o momento de julgar o mérito.
A ação movida pelo advogado Gabriel Felício Giacomini Rocco, sócio do escritório Pereira Neto Macedo, não contesta a venda da Mataboi. Mas busca ressarcimento pelo que seriam práticas desleais em termos de concorrência.
Os advogados negam a ideia de que a JBJ e a JBS sejam empresas distintas. A tese vem sendo usada pela empresa de Júnior Friboi, em discussão com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que reprovou a aquisição.
Em 2017, o órgão regulador da concorrência alegou que a JBS não poderia comprar novos frigoríficos em mercados nos quais já detinha entre 30% e 50% de participação e exigiu que o negócio fosse desfeito. Procurada, a JBS afirmou que não comenta processos judiciais em andamento.
Esta nota foi publicada no Broadcast+ no dia 11/11, às 10h53.
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