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Bastidores do mundo dos negócios

Julius Baer começa a receber propostas para venda de operação no Brasil

Negócios é avaliado pela matriz suíça em R$ 1 bilhão, mas valor é considerado salgado

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Instituição chegou a ter perto de R$ 80 bilhões em ativos sob gestão e agora teria cerca de R$ 50 bilhões no Brasil 

Após sondar todos os potenciais interessados, o banco suíço Julius Baer, centrado na gestão de grandes fortunas, começa agora a receber propostas por sua operação no Brasil. O negócio é avaliado pelos donos na casa de R$ 1 bilhão, de acordo com fontes.

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O preço é considerado salgado, na avaliação de fontes em bancos e gestoras. Uma das razões principais é que o Julius Baer vem perdendo clientes no Brasil. A instituição chegou a ter perto de R$ 80 bilhões em ativos sob gestão e agora teria cerca de R$ 50 bilhões. Isso exigiria do comprador uma reestruturação da carteira. Outro motivo é que não há tantos compradores para o ativo, pelo fato de o mercado brasileiro ser muito concentrado.

Para reavaliar a operação no Brasil, o grupo contratou o Goldman Sachs para sondar compradores e o Boston Consulting Group para produzir um estudo sobre o mercado local.

País é mercado importante

Em uma recente reunião de conselho do grupo suíço, foi mostrado que o Brasil está entre os 10 mercados mais importantes para o Julius Baer. Mas a mudança de comando da região que controla a operação latino-americana, de Américas (Estados Unidos) para a Ibéria, levou a uma reavaliação dos planos. O próprio comando do grupo mudou, com a renúncia no final de 2023 do CEO Philipp Rickenbacher, em meio a problemas com a exposição forte do banco a um grupo austríaco que pediu recuperação judicial, a Signa Holding.

O Brasil responde por 60% do negócio da América Latina no grupo e os suíços chegaram a considerar uma fusão com outra gestora local, ou compra de um concorrente brasileiro, para ganhar escala. Segundo uma fonte, neste pacote de medidas para reavaliação do negócio, a venda de toda a operação também entrou entre as opções.

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Para o diretor de um banco que olhou o ativo, o negócio de gestão de fortunas exige escala para operar no Brasil. Por isso, é muito dominado por grandes bancos, como Bradesco, Itaú e BTG, e nomes internacionais, como UBS. Há ainda os independentes como XP e ASA e grande parte deles, segundo as fontes, foram contatados pelos suíços. Outros nomes menores, como o WHG, escritório que tem ex-sócios do Credit Suisse, e participação minoritária da XP, também foram sondados. O próximo passo agora é a fase de propostas não vinculantes.

Bancos está por aqui desde 2011

O Julius Baer está no Brasil desde 2011, quando adquiriu 30% da gestora GPS, para nos anos seguintes assumir toda a operação. Em janeiro de 2018, adquiriu a gestora Reliance, time que migrou após o término da cláusula de não competição com o BR Partners, que criou a área de gestão de fortunas em 2023.

Em 2019, os suíços lançaram oficialmente sua marca no País, com o Julius Baer Family Office. Atualmente, tem 300 funcionários e escritórios em São Paulo, onde está a matriz, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, além de funcionários em Recife, Goiânia e Porto Alegre.

Procurados, o Julius Baer disse que não comenta rumores de mercado e Goldman Sachs não comentou.


Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 14/11/2024, às 16:20.

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