As lojas físicas tiveram faturamento 16% maior em março quando comparado com o mesmo mês do ano passado. Por outro lado, o fluxo de consumidores encolheu 7% na mesma base de comparação - o que representa o primeiro recuo nas visitas desde 2021. O dados fazem parte do Índice de Performance do Varejo, organizado pela HiPartners Capital & Work com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Uma das explicações para os varejistas venderem mais apesar da queda no movimento está no aumento dos preços. Na média, os consumidores gastaram 9% mais em cada compra. Isso acontece porque os custos subiram bastante - especialmente nos trimestres anteriores - e ainda estão sendo repassados para o preço final das mercadorias, afirma a sócia da HiPartners, Flávia Pini. Outra razão é que os consumidores têm sido mais assertivos a cada ida às lojas, isto é, há maior conversão das visitas em vendas.
Juros e crise de empresas atrapalham negócios
O presidente da SBVC, Eduardo Terra, acrescenta que o ambiente ainda está árido para o varejo devido à crise de algumas empresas de peso e à pressão macroeconômica, com juros altos. Diante disso, há uma grande apreensão sobre como será o comportamento do varejo nos próximos meses.
O levantamento mostrou ainda que as lojas de rua tiveram um desempenho melhor que as lojas de shoppings. Na rua, o faturamento dos varejistas cresceu 22%, e nos shoppings, subiu 6%. Já em termos de visitas, o fluxo nas lojas de rua aumentou 4%, e nas unidades de shoppings, baixou 0,5%.
A sócia da HiPartners pondera que as visitas nos shoppings como um todo cresceram, contando também com o movimento de restaurantes e entretenimento. Isso quer dizer que o público vai ao shopping, mas não necessariamente entra nas lojas, cujo consumo muitas vezes é mais impulsivo. Já as lojas de rua são o que se chama de ‘compra de destino’. A pessoa vai até o local com maior foco na compra, e não para passeio.
Esta coluna foi publicada no Broadcast no dia 18/04/2023, às 14h55
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