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Bastidores do mundo dos negócios

MadeiraMadeira virou unicórnio vendendo móveis. Agora, monta e quer financiá-los

Comércio eletrônico de mobiliário está perto de sair do prejuízo para o lucro

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Foto do author Talita Nascimento
'Nossa meta é chegar no lucro líquido positivo', diz Daniel Scandian, CEO da companhia Foto: Divulgação/MadeiraMadeira - 24/03/2019

A MadeiraMadeira está próxima de sair do prejuízo para o lucro. É a empresa de comércio eletrônico de móveis que se tornou “unicórnio” em 2021, após receber US$ 190 milhões liderados pelo SoftBank e a gestora brasileira Dynamo. “Unicórnios” são startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão.

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A companhia diz que já tem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) positivo. E, na busca pela rentabilidade, busca estratégias para aumentar suas fontes de receita com a oferta de serviços como montagem de móveis e produtos financeiros.

A virada de chave para a lucratividade é um marco importante para startups porque ajuda a confirmar que uma empresa consegue entregar resultados em cima de crescimento. Com a alta dos juros, investidores passaram a olhar com mais atenção para a linha final do balanço.

Empresa avalia nova rodada

A MadeiraMadeira avalia fazer uma rodada privada de novos investidores para dar saída a quem apostou no negócio há mais tempo. Uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) também é vista como natural, mas não é um tema urgente.

“Hoje temos uma situação confortável de não precisar fazer nada às pressas”, diz o CEO da MadeiraMadeira, Daniel Scandian. “Quando a taxa de juros americana voltar (para um patamar mais baixo), sabemos que o mercado volta. Quando vai ser? Eu estou menos preocupado com isso. Logicamente, os investidores que estão há mais tempo, ficam mais preocupados”, complementou. Ele explica, então, que para dar liquidez a esses investidores é possível fazer uma rodada privada de investimentos, opção estudada pela companhia.

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Ele enxerga a operação da empresa em patamar saudável. Sem dívida, a companhia sente o efeito dos juros altos em sua receita, já que os clientes têm mais dificuldade de parcelar suas compras, bem como na antecipação de recebíveis de cartão de crédito. “Nossa meta é chegar no lucro líquido positivo. Mas estamos em uma tendência: mês a mês estamos melhorando”, afirma. A empresa, porém, não compartilha dados de seu balanço.

Aumento de fontes de receita

Para Scandian, apesar de empresas do ramo de móveis e decoração estarem apostando mais no varejo físico, pela dificuldade de gerar rentabilidade nas vendas digitais, a companhia tem conseguido perseguir a lucratividade com a estratégia de aumentar suas fontes de receita.

Exemplo disso foi a compra da Iguana Fix, em 2021. A empresa oferece serviço de montagem de móveis e tinha dificuldade de encontrar seus clientes no mundo digital. No universo do MadeiraMadeira, a empresa zerou seu custo de aquisição de clientes, já que a opção de adquirir seus serviços aparece instantaneamente para os compradores de móveis.

Por outro lado, para a empresa compradora, o serviço de montagem vira mais uma fonte de receita sobre a mesma venda. Em 2023, a Iguana faturou R$ 25 milhões, já com crescimento de 600% sobre o ano anterior. A meta para 2024 é chegar aos R$ 100 milhões. Na mesma busca de ampliar receitas, a MadeiraMadeira tem a intenção de estabelecer parcerias para oferecimento de serviços financeiros.


Este texto foi publicado no Broadcast no dia 13/06/24, às 13h15.

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