O Clube Atlético Mineiro apresentou ontem, 29, seu primeiro balanço após se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Em 2023, teve receita bruta de R$ 439 milhões, quase três vezes a mais do que em 2020, e redução de endividamento em R$ 747 milhões. Com a SAF formalizada em outubro, os resultados só contaram com dois meses da nova estrutura, mas mostram a tendência de arrumação nas contas, e a necessidade de novos aportes.
Bruno Muzzi, CEO da SAF do Galo, diz estar trabalhando em duas frentes de negociação: com investidores que colocariam recursos na estrutura de base do clube e na própria SAF, o que diluiria a participação dos atuais sócios. “Temos tido conversas em várias frentes”, diz ele. Agora, porém, o clube vale mais do que há seis meses, por conta da redução do próprio endividamento.
O eventual aporte na estrutura de base, na qual há hoje quase 300 atletas, serviria para tornar positivo o fluxo de caixa dos investimentos, com vendas mais valiosas de jogadores. Já os recursos de novos acionistas na SAF serviriam para abater ainda mais dívidas financeiras. No total, o clube ainda carrega débitos de R$ 1,4 bilhão.
Família é principal acionista da Galo Holding
Com a família Menin como principal acionista a, que detém 67,9% da Galo Holding, o clube tem sido “muito provocado a considerar um IPO (oferta inicial de ações, na sigla em inglês)”, segundo Muzzi. O empresário Rubens Menin é sócio da MRV, do Banco Inter e da Log Commercial Properties, todas com capital aberto em Bolsa.
“Ele (Rubens Menin) gosta muito e provoca muito a gente porque a abertura de capital, além de ser uma entrada de recursos mais baratos, pereniza a empresa”, diz Muzzi. “Um IPO está na cabeça de todo mundo, mas o clube precisa de maturidade maior, governança bem estabelecida e uns anos de balanço arrumado antes de tentar esse movimento.”
Este texto foi publicado no Broadcast no dia 30/04/24, às 12h52
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