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Bastidores do mundo dos negócios

Não queremos ser banco, diz vice-presidente do Google Pay

Empresa começa a oferecer Pix por aproximação, mas apenas com papel de facilitadora

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Atualização:
O papel da empresa no sistema de pagamentos varia de país a país, de acordo com os hábitos locais, diz Volk Foto: Kirill Kudryavtsev / AFP

Oficialmente regulado pelo Banco Central, o Google Pay vê com entusiasmo as possibilidades de negócio trazidas pelo Pix no Brasil. Mas esse entusiasmo não significa que a gigante americana de tecnologia quer concorrer diretamente com os bancos brasileiros. O objetivo é trabalhar com eles, e não contra.

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“Vemos nosso papel como de facilitador, em como podemos conectar melhor os consumidores com os comerciantes, e com o ecossistema para fazer isso de forma mais eficiente e com mais segurança”, afirma ao Broadcast o vice-presidente do Google Pay, Ben Volk. “Não estamos buscando nos tornar um banco, ou uma instituição financeira tradicional.”

Nesta semana, o Google Pay começa a oferecer de modo oficial o Pix por aproximação, o que significa que clientes de bancos (nesta primeira etapa, Itaú Unibanco, C6 Bank e PicPay) poderão pagar com Pix simplesmente aproximando o celular da maquininha. Para quem paga, é simples, mas a funcionalidade exige uma série de certificações de segurança e, principalmente, a supervisão do BC.

Autorização do BC veio em 2022

Para chegar ao lançamento desta segunda-feira, 4, a empresa teve de solicitar uma licença de instituição de pagamento na modalidade de iniciador, obtida no final de 2022. Isto significa que as atividades são monitoradas pelo BC, que é o gestor do Pix e que estabelece as diretrizes do Open Finance, sistema que permitirá que o cliente pague com Pix sem ter de abrir o aplicativo do banco.

“Estamos trabalhando nisso há pelo menos dois anos, o que inclui participação ativa no ecossistema do Open Finance e nos fóruns”, diz Natacha Litvinov, chefe de Parcerias de Pagamentos para a América Latina do Google.

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De acordo com Volk, responsável pelo Google Pay em escala global, o papel da empresa no sistema de pagamentos varia de país a país, a depender de como as pessoas pagam por produtos e serviços. “Nos Estados Unidos, estamos lidando predominantemente com pagamentos via cartões”, afirma. “Na Índia, há alguns paralelos com o Pix, e estamos trabalhando com o governo.”

Meio de pagamento é importante para ‘big techs’

Para as empresas de tecnologia, ter um papel no mundo dos pagamentos é um importante complemento de negócio. O Google, por exemplo, vê essas ferramentas como uma forma de manter o usuário no sistema Android, voltado a dispositivos móveis, e também de alavancar os negócios de plataformas de varejo para as quais oferece outros serviços.

É um raciocínio similar ao da Meta, que oferece pagamentos entre pessoas via WhatsApp no Brasil desde 2021, e de pessoas para empresas desde o ano passado. No segundo caso, o objetivo também é o de alavancar o uso do aplicativo de mensagens como canal relevante para o comércio.

O vice-presidente do Google Pay afirma que a filosofia da empresa é facilitar a vida do cliente, ao conectar dados de pagamento à sua conta com o maior leque possível de meios para pagar.

“No mundo todo, em pagamentos digitais, estamos vivendo uma revolução há alguns anos”, diz ele. “É isso que faz do Brasil um país especialmente animador para mim, em termos das parcerias que estamos fazendo, do Banco Central ao ecossistema, para realmente trazer os pagamentos digitais para todo mundo.”

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Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 04/11/2024, às 14:00.

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