A Nivi Real Estate, nova empreitada de Henrique Blecher (ex-CEO da Gafisa), está esquentando os motores e deve chegar ao mercado em breve, entre setembro e outubro. O primeiro desafio da plataforma voltada para investimentos e inteligência no mercado imobiliário será o lançamento de uma das frentes de negócio do grupo, a gestora Nivi Capital. O primeiro produto a chegar ao mercado será um fundo imobiliário com foco em lajes corporativas. Mais adiante, o portfólio também deverá incluir opções de special situations e crédito.
A tese do primeiro fundo da Nivi Capital será focada em prédios corporativos de alto padrão em São Paulo e no Rio de Janeiro, com capacidade de absorver aluguéis entre R$ 180 e R$ 300 por metro quadrado e que ainda tenham potencial para se valorizar - por exemplo, prédios que precisam de reforma. A tese também vai acompanhar ativos ligados à saúde, educação ou varejo e que mostrem “resiliência de valor”, em locais de “demanda substancial”.
Essa é a descrição dada por Blecher, presidente executivo (CEO) da Nivi, que também busca ter uma “grande influência” na gestão dos ativos que colocar na cesta do fundo. “A Nivi é a concretização de um desejo que tenho há muito tempo. ‘Passei’ pela incorporação e percebi desde sempre que faltavam agentes no mercado que entendessem os dois lados”, disse Blecher ao Broadcast Investimentos, referindo-se à uma assimetria de informações entre credor e devedor.
É essa falta de percepção do mercado sobre os riscos envolvidos em um ativo imobiliário que motivou a construção da Nivi - empresa que ganhou o nome pela junção das iniciais de Nina e Vitória, as filhas do executivo. Após vender a incorporadora Bait para a Gafisa, no ano passado, Blecher brinca que era a hora de abrir a Nivi e preencher essa lacuna ou “velejar pelo resto da vida”.
Momento é oportuno para gestão do setor imobiliário
Blecher avalia ser um momento oportuno para a gestão de ativos imobiliários, favorável ao buy side e que deve perdurar pelos próximos três anos, com o “modelo Lula” de gestão: “despejar dinheiro na economia, aumentar o consumo e baixar o juro”, diz o executivo. Para ele, as reformas também têm apoiado o cenário otimista, com um arcabouço fiscal “positivo, embora longe do ideal”, a discussão da reforma tributária “latente no Congresso” e a reforma administrativa em vista.
“O momento é bom e a pandemia ajudou o brasileiro a entender que o mercado imobiliário não é aquela alegria toda quando dá muito certo, como vemos em ações ou fundos multimercado, mas é resiliente se você está posicionado nos ativos certos”, afirma Blecher. Ele diz que a captação de fundos imobiliários ainda está “muito fechada”, há rentabilidades negativas e as cotas estão “machucadas”, mas que isso já está melhorando e ajuda o investidor a ver o timing e tomar a decisão de entrar no ativo.
Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 31/07/23, às 14h51.
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