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Bastidores do mundo dos negócios

Nota da Fitch começa a pavimentar sonho para IPO do Stark Bank em NY

Segundo Stark, presidente e fundador da fintech, abertura de capital não é para agora

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"Nenhum investidor pediu [rating da Fitch] e nenhuma fintech tem algo parecido, mas estamos crescendo de maneira consistente e lucrativa", diz o fundador da empresa, Rafael Stark Foto: TIAGO QUEIROZ / ESTADÃO

A Faria Lima subiu o morro até a Avenida Paulista na noite de ontem. Motivo: brindar a nota de classificação de risco A-(bra), concedida pela Fitch Ratings ao Stark Bank. Os quase 90 funcionários da fintech ainda trabalham em um coworking nas imediações, mas, na noite de inverno quente, foi uma comemoração com direito a rooftop com piscina de borda infinita no hotel Rosewood e a presença de executivos de JP Morgan, Citi, Santander e Itaú BBA; clientes do porte do grupo Ultra e investidores como o fundo Iporanga Ventures, que apoia o Stark desde o início. Também o concorrente internacional Revolut, neste caso, pela amizade entre os comandantes das duas fintechs, Rafael Stark e Glauber Mota. Só faltou Jeff Bezos, o dono da Amazon e o investidor mais famoso do Stark Bank... pelo menos neste evento.

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Ter o selo da Fitch, cuja avaliação baseia-se em parâmetros internacionais, mais do que as outras agências de classificação de risco, é o começo de um caminho de longo prazo para uma oferta inicial da ações (IPO, na sigla em inglês) na Nasdaq. Segundo Stark, presidente e fundador da fintech, a abertura de capital não é para agora, bem como a internacionalização da empresa que ainda tem um longo caminho a percorrer no País.

Porém, caminha no mesmo sentido de ter duas das quatro grandes auditorias globais acompanhando os números do Stark Bank. Também vai em linha com o fato de terem usado 70%, do primeiro US$ 1 milhão que receberam como investimento, para comprar uma licença bancária. Em seu caso, a de sociedade de crédito direto (SCD), que permite financiamentos, empréstimos e pagamentos por meio de plataforma eletrônica. “Nenhum investidor pediu [o rating da Fitch] e nenhuma fintech tem algo parecido, mas estamos crescendo de maneira consistente, lucrativa, exponencialmente e mostrando o padrão de excelência que buscamos”, diz Stark, de 34 anos de idade. No fim da explicação, uma brincadeira sobre a ambição do IPO: “A meta é comprar o JP...”, diz Stark dando risada, antes de sair para discursar aos convidados.

Plataforma da fintech é utilizada por 600 companhias

Também é uma forma de dar conforto aos clientes que usam a plataforma. Hoje 600 companhias, algumas do porte de Ultra, Gol e Localiza, usam os serviços do Stark Bank. Além de ser forte em liquidação do Pix, a plataforma tem ferramentas que facilitam a gestão das finanças corporativas.

Com a criação de um email ligado ao Stark Bank, por exemplo, é possível concentrar todas as contas a pagar enviadas via correio eletrônico em um campo específico do sistema. Esses boletos corporativos entram então na conta da empresa e esperam pela autorização para que seja efetuado o pagamento, sem a necessidade de digitação ou escaneamento de códigos de barras manualmente. Há ainda sistemas para gestão de cartões corporativos e a fintech começa a negociar sua entrada em adquirência e câmbio. Aliás, também havia executivos dessa área no evento.

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Apesar de transacionar anualmente mais de R$ 100 bilhões e realizar mais de 1 bilhão de pagamentos, o Stark Bank ainda é pequeno - mas com números em alta. No primeiro semestre, teve receita operacional de US$ 16 milhões, contra uma média de US$ 5 milhões, desde 2019. No ano passado, o patrimônio líquido somava R$ 36,5 milhões, com margem líquida de 58,5%. Com quatro anos de operações, teve o segundo ano de rentabilidade positiva em 2022. A margem média de geração de caixa dos últimos quatro anos, porém, ainda é negativa, diz o relatório da Fitch.

Processo de rating ajudou a entender futuro da fintech

Segundo Eduardo Mantovaneli, diretor financeiro do Stark Bank, todo o processo de classificação de risco levou pouco mais de dois meses. Um dos principais ganhos, diz ele, foi a formalização e o entendimento dos processos internos, bem como das perspectivas para o futuro da companhia.

Os aportes de US$ 61 milhões feitos na empresa praticamente não foram utilizados. Lucrativa, a fintech investe com a própria geração de caixa e descarta, por enquanto, novas captações com investidores privados. No futuro, há o caminho rumo ao sonhado IPO - que deve fazer a Faria Lima continuar a se movimentar, mesmo que seja numa segunda-feira à noite.


Esta nota foi publicada no Broadcast no dia 22/08/23, às 14h13.

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