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Bastidores do mundo dos negócios

Oferta de bilhões da Sabesp renderá aos bancos comissão de apenas R$ 12 milhões

Instituições financeiras vão receber somente 0,08% do governo do Estado de São Paulo

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Foto do author Altamiro Silva Junior
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Atualização:
Estação de tratamento de esgoto da Sabesp: privatização pode movimentar mais de R$ 16 bilhões Foto: Divulgação/Sabesp

A oferta de ações mais esperada do ano, e a quinta maior do mundo em 2024, pode movimentar mais de R$ 16 bilhões, mas para os bancos que estão coordenando a operação, não será exatamente muito lucrativa. As instituições financeiras vão receber uma comissão de apenas 0,08% do governo de São Paulo, considerando o lote base de ações, porcentual bem abaixo do que costumam cobrar de empresas privadas em ofertas subsequentes (follow-on), de 3%.

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São R$ 11,8 milhões, segundo o prospecto, para dividir por 12 bancos nacionais e estrangeiros, em um sindicato que tem o BTG Pactual como líder e o Itaú BBA como coordenador da oferta de varejo, e ainda inclui nomes como UBS BB, Goldman Sachs, Bank of America, Bradesco BBI e Morgan Stanley.

As taxas (ou fees, na palavra em inglês usada pelos bancos) pagas na Sabesp estão abaixo mesmo de outras operações de estatais, que pelo tamanho e importância, costumam ter taxas menores cobradas pelos bancos. Na Eletrobras, uma oferta de ações de R$ 34 bilhões feita em junho de 2022 para privatizar a empresa, a taxa ficou em 0,176%, considerando a operação brasileira.

O que importa é a exposição

Um banqueiro de investimento explica que o banco, na prática, quase que paga para participar da operação, então encara a empreitada como um investimento, que pela importância para o mercado de capitais brasileiro, e a ampla exposição na imprensa e nas redes sociais, acaba ajudando atrair outros negócios, inclusive de privatizações de estatais de outros Estados. Por isso, todo mundo quer estar na operação. É o que entre os bancos se chama de “fee patriótico”, de abrir mão dos ganhos para estar em uma operação que privatiza empresas.

E os trabalhos que vêm sendo feito nos últimos meses pelos bancos e governo agora chegam na reta final. A partir desta segunda-feira, 24, executivos das instituições financeiras envolvidas na coordenação da oferta, assim como o governador do Estado de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e dois de seus secretários estão conversando com investidores no exterior e no Brasil. A agenda começa por Nova York, e ainda inclui locais como Boston, Londres e Portugal. O objetivo é a partir destes pontos também alcançar o investidor da Ásia e Oriente Médio, seja o de infraestrutura e saneamento, seja o que quer investir em mercados emergentes.

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Este texto foi publicado no Broadcast no dia 24/06/24, às 17h02.

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